Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

O que é nitrato de amônio, composto que causou explosão no Líbano

Produto é usado como base para fertilizantes e é volátil em temperaturas elevadas, segundo especialista

Por Vinicius Novelli Atualizado em 5 ago 2020, 14h06 - Publicado em 5 ago 2020, 13h54

Por volta das 18h00 no horário local (12h00 em Brasília) na terça-feira 4, uma explosão dizimou parte de Beirute, feriu milhares e matou ao menos 100 pessoas. O armazém na capital libanesa, onde o fogo começou, continha 2.750 toneladas de nitrato de amônio estocadas de forma irregular e sem fiscalização há seis anos.

O nitrato de amônio é um tipo de sal granulado, sem cheiro e solúvel na água. Ele é usado como base na criação de fertilizantes para plantações por ser rico em nitrogênio. A detonação ocorre quando entra em contato com o calor. Segundo Rogério Machado, professor de Química da Universidade Mackenzie e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), o ponto de ebulição do nitrato é de a partir de 147° Celsius – a água, por exemplo, começa a evaporar aos 100° Celsius.

ASSINE VEJA

Os 10 fazendeiros que mais desmatam a Amazônia
Os 10 fazendeiros que mais desmatam a Amazônia Leia em VEJA: Levantamento exclusivo revela os campeões da destruição. Mais: as mudanças do cotidiano na vida pós-pandemia ()
Clique e Assine

“O nitrato de amônio pode ser usado em alguns produtos químicos, como resinas. Aí ele não é perigoso. Mas quando você usa para fertilizantes é em grande quantidade”, diz Machado. “O problema é o seguinte: 147° graus ele evapora. É uma substância que volatiliza muito facilmente”.

Segundo o jornal britânico The Guardian, a carga chegou ao porto libanês em 2013, sendo transportada pelo cargueiro russo Rhosus, com bandeira da Moldávia. De acordo com a publicação, o dono do navio abandou a embarcação após entrar em disputa com as autoridades de Beirute por não pagar as devidas taxas. O ex-capitão do barco Boris Prokoshev disse que ele e sua tripulação foram abandonados pelo contratante e classificou, à época, que a carga de 2.750 toneladas de nitrato de amônio era uma “bomba flutuante”.

Continua após a publicidade

No Brasil, a compra e venda do nitrato de amônio é fiscalizada pelo Exército. O produto, considerado como explosivo, é regulado pelas portarias 56, de 2017, e 147, de 2019, que diz especificamente sobre o nitrato de amônio.

 

Outros casos de explosões

Não é a primeira vez que a substância é responsável por uma explosão como a que ocorreu em Beirute. Um acidente deixou 561 mortos em 1921 em uma usina em Oppau, na Alemanha.

Na França, cerca de 300 toneladas de nitrato de amônio armazenadas em um hangar da usina química AZF, em Toulouse, explodiram em 21 de setembro de 2001, matando 31 pessoas. A explosão pôde ser ouvida a 80 km de distância.

Continua após a publicidade

No dia 17 de abril de 2013, uma detonação na empresa West Fertilizer Company, no estado americano do Texas, matou 15 pessoas e feriu outras 160. Três anos após a explosão, em 2016, os investigadores concluíram que o fogo foi criminoso, mas até este ano, nenhuma pessoa foi presa. Na pequena cidade de West, onde tudo aconteceu, foi erguido um memorial em homenagem às vítimas.

Perigoso se manuseado de forma incorreta, o nitrato de amônio também é usado na fabricação de explosivos. Em 19 de abril de 1995, Timothy McVeigh detonou uma bomba feita com duas toneladas de fertilizante na frente de um edifício federal em Oklahoma City, Estados Unidos, matando 168 pessoas e ferindo outras 700.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.