O conselheiro de segurança nacional da Coreia do Sul, Shin Won-sik, afirmou nesta sexta-feira, 22, que a Rússia forneceu mísseis antiaéreos e outros equipamentos de defesa à Coreia do Norte em troca do envio de soldados do país para ajudar o exército russo na guerra contra a Ucrânia.
“Entendemos que a Coreia do Norte recebeu equipamento e mísseis antiaéreos para complementar sua fraca defesa aérea em Pyongyang”, disse Shin à rede de transmissão local SBS.
O pacote de suprimentos russo também incluiu apoio econômico e tecnologia de satélite espião militar, completou a autoridade de Seul.
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Os Estados Unidos e a Coreia do Sul acusaram Pyongyang de enviar mais de 10 mil soldados para ajudar os russos no conflito. Alguns especialistas apontam que o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, queria em troca obter tecnologia avançada, como satélites de vigilância e submarinos, e experiência de combate para suas tropas.
Acredita-se que já há cerca de 11 mil militares norte-coreanos tenham na região russa de Kursk, invadida em agosto por forças ucranianas, que hoje controlam cerca de 1.000 quilômetros quadrados de território. A agência de espionagem de Seul, ecoada pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que alguns já participaram, inclusive, de batalhas contra o exército de Kiev.
Shin afirmou nesta sexta-feira disse que nenhum soldado adicional foi enviado à Rússia.
Aliança renovada
Em junho, Kim e o presidente russo, Vladimir Putin, assinaram um tratado de parceria estratégica. Entre outras disposições, o texto obriga ambos os países a prestar assistência militar “sem demora” em caso de ataque a um deles, bem como a cooperar para enfrentar sanções econômicas impostas por nações ocidentais. Os dois estão sujeitos a sanções das Nações Unidas: Pyongyang pelo seu programa de armas nucleares e Moscou pela guerra na Ucrânia.
A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, em visita recente a Moscou, disse que seu país “apoiará firmemente” a Rússia “até o dia da vitória”.
Nesta sexta, Kim voltou a acusar os Estados Unidos de aumentarem a tensão ao redor do mundo, dizendo que a península coreana nunca enfrentou um risco maior de guerra nuclear, segundo a agência de notícias estatal KCNA.
“Jamais antes as partes beligerantes na península coreana enfrentaram uma confrontação tão perigosa e aguda que poderia se transformar na mais destrutiva guerra termonuclear”, afirmou Kim. “Já fomos tão longe quanto podemos nas negociações com os Estados Unidos.”