Coreia do Norte promete apoiar Rússia até a vitória da guerra na Ucrânia
Chanceler norte-coreano visita Moscou em meio a polêmica sobre envio de soldados para lutar do lado russo na Ucrânia, o que EUA veem como 'muito grave'
O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, afirmou nesta sexta-feira, dia 1º, que seu país apoiará a Rússia até alcançar a vitória da guerra na Ucrânia. Os comentários vieram após os Estados Unidos confirmarem que 8 mil soldados norte-coreanos já se encontravam na fronteira ucraniana, depois de concluírem treinamentos em solo russo.
Durante uma reunião com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em Moscou, Choe disse que Pyongyang não tem dúvidas de que o exército e o povo russos serão vitoriosos “em sua luta sagrada para proteger os direitos soberanos e os interesses de segurança de seu Estado” – tudo isso sob a “liderança sábia” do presidente do país, Vladimir Putin.
“E também garantimos que, até o dia da vitória, estaremos firmemente ao lado de nossos camaradas russos”, prometeu, entre acusações de que os Estados Unidos e a Coreia do Sul estariam planejando um ataque com armas nucleares contra seu país.
Lavrov, por sua vez, elogiou o papel de Putin e seu homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, no estreitamento dos laços entre os países.
“Nossas relações tradicionais e historicamente amigáveis, que percorreram o caminho testado da história, hoje estão subindo a um novo nível de relações de camaradagem militar invencível”, disse ele.
Envio de soldados
Lavrov descreveu os laços entre os militares dos dois países como “muito estreitos”, mas ambos não abordaram as declarações de líderes da Ucrânia, Coreia do Sul e Estados Unidos de que Pyongyang havia enviado cerca de 10 mil soldados norte-coreanos para a Rússia para lutar na guerra.
+ Zelensky critica resposta ‘zero’ de aliados sobre envio de tropas norte-coreanas à Ucrânia
Na semana passada, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, indicou que o possível envolvimento norte-coreano na guerra era “muito, muito sério” e que “há evidências de tropas” da Coreia do Norte na Rússia. Ele afirmou que dados recebidos por Washington mostram que “neste momento” há 8 mil soldados de Pyongyang em Kursk, região onde as forças ucranianas iniciaram uma extensa operação em agosto deste ano.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua vez, criticou em entrevista à emissora sul-coreana KBS na quinta-feira a resposta “zero” dos seus aliados ao envio de soldados da Coreia do Norte para lutar pelo lado russo no campo de batalha.