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O Movimento 6 de Abril e o início da revolução egípcia

Belém Delgado. Cairo, 24 jan (EFE).- Há apenas três anos e meio, um grupo de jovens ativo nas ainda incipientes redes sociais insuflou a sociedade egípcia com sua convocação para uma mobilização a fim de defender os trabalhadores têxteis da cidade de Mahalla al Kubra. Aquele punhado de rebeldes, que ousou desafiar o que então […]

Por Da Redação
24 jan 2012, 16h11
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  • Belém Delgado.

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    Cairo, 24 jan (EFE).- Há apenas três anos e meio, um grupo de jovens ativo nas ainda incipientes redes sociais insuflou a sociedade egípcia com sua convocação para uma mobilização a fim de defender os trabalhadores têxteis da cidade de Mahalla al Kubra.

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    Aquele punhado de rebeldes, que ousou desafiar o que então parecia uma sólida ditadura, se batizou com a data de seu desafio, o dia 6 de abril, e se transformou no germe da revolução que conseguiu derrubar o regime de Hosni Mubarak.

    O Movimento 6 de Abril simboliza como ninguém o espírito da primavera árabe e, embora nos últimos protestos tenham sido ofuscados por outros grupos juvenis revolucionários, seguiram ao pé do canhão atacando o poder da Junta Militar.

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    Seus membros começaram a atuar em 2008 com a criação do grupo de Facebook ‘6 de abril: o Dia da Raiva’, que convocava um dia de greve e de protestos pacíficos em solidariedade dos trabalhadores têxteis da cidade de Mahalla al Kubra, no Delta do Nilo.

    O movimento logo entrou em choque com a repressão de Mubarak: 500 participantes da greve foram detidos, entre eles seus fundadores Isra Abdel Fatah e Ahmed Maher, que tinham então menos de 30 anos.

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    Nenhuma dessas convocações obteve grande repercussão, mas pela primeira vez as novas tecnologias e os jovens foram os protagonistas de uma queda-de-braço contra o regime.

    Desde então, o grupo organizou diferentes manifestações para exigir de forma pacífica a mudança democrática e a melhoria da situação social dos egípcios.

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    Longe de constituir-se como partido, o Movimento 6 de Abril pretende inculcar consciência política aos egípcios e para isso empregam a influência das redes sociais, e assim fogem da repressão física das autoridades.

    Apesar da visibilidade do grupo nos protestos, onde se vestem de negro e têm como marca o punho erguido, os rumores de divisões em seu interior e a falta de uma estrutura mais sólida diminuíram sua força na propagação de suas mensagens.

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    O 6 de Abril não está aliado com nenhum partido político, mas em algumas ocasiões expressou seu apoio a alguns dos perseguidos por Mubarak.

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    É o caso, por exemplo, do respaldo outorgado à formação em 2010 da Assembleia Nacional pela Mudança, liderada pelo Nobel da Paz e antigo diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed el Baradei, que renunciou recentemente à corrida presidencial.

    Após conformar-se como uma ONG capaz de obter fundos internacionais, já que até agora se financia com doações voluntárias, os líderes do 6 de Abril defendem sua independência em relação ao exterior.

    No entanto, um documento divulgado pelo Wikileaks dava conta de uma reunião em 2008 entre vários membros do movimento e organizações americanas que lhes teriam facilitado recursos para promover a democracia através das novas tecnologias.

    Na mira das autoridades por esse suposto financiamento, o 6 de Abril mantém a queda-de-braço com a Junta Militar, de quem exigem que transfiram o mais rápido possível a uma autoridade civil o poder herdado após a renúncia de Mubarak.

    Entre seus desafios está também a necessidade de estender o calor de suas reivindicações além do aniversário da revolução, o que parece difícil uma vez que o processo de transição está encaminhado, com a realização de eleições e a constituição de um novo Parlamento. EFE

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    bds/rsd

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