O Ministério da Saúde do Líbano informou nesta segunda-feira, 4, que mais de 3 mil pessoas morreram no país durante os 13 meses de conflito entre Israel e a milícia libanesa Hezbollah, com pelo menos 13.492 feridos. Entre os mortos estão ao menos três brasileiros: Mirna Raef Nasser, de 16 anos, Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, e Fatima Abbas, de um ano de idade.
A milícia libanesa, aliada do grupo militante palestino Hamas e do Irã, troca disparos pela fronteira com os militares israelenses desde o início da guerra em Gaza, no ano passado, mas o conflito se intensificou após Tel Aviv anunciar uma invasão terrestre no início de outubro.
Do outro lado da fronteira, em Israel, os ataques do Hezbollah resultaram na morte de 72 pessoas, incluindo 30 soldados.
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Os bombardeios aéreos e a invasão terrestre têm agravado a já crítica crise humanitária no Líbano, gerando apelos da comunidade internacional por um cessar-fogo. Além das mortes, os ataques deslocaram aproximadamente 1,2 milhão de pessoas.
No primeiro mês da invasão de forças israelenses ao Líbano, que começou em 23 de setembro, ataques israelenses danificaram 34 hospitais, mataram 111 funcionários e atingiram 107 ambulâncias, de acordo com dados compilados pelo Ministério da Saúde libanês. Uma análise publicada neste domingo, 3, pela rede americana CNN, mostra que bombas foram lançadas dentro de “proximidade letal” de ao menos 19 desses centros médicos, que são protegidos sob a lei internacional.
Hospitais e outros estabelecimentos médicos são objetos civis protegidos sob o direito internacional humanitário. É ilegal, com poucas exceções, atacar hospitais, ambulâncias ou outras instalações de saúde, ou impedi-los de fornecer cuidados. Em um relatório divulgado na quarta-feira, a organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch se referiu aos ataques israelenses a profissionais de saúde no Líbano como “aparentes crimes de guerra”.
“A situação no Líbano é alarmante. Ataques aos cuidados de saúde debilitam os sistemas de saúde e impedem sua capacidade de continuar a funcionar. Eles também impedem que comunidades inteiras acessem serviços de saúde quando mais precisam deles”, disse, em comunicado, Hanan Balkhy, diretor regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental, no final do mês passado. “A OMS está trabalhando incansavelmente com o Ministério da Saúde Pública no Líbano para apoiar a continuidade dos serviços essenciais de saúde, mas o que o povo do Líbano mais precisa é de um cessar-fogo imediato”, declarou.