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Israel lançou bombas em ‘proximidade letal’ de ao menos 19 hospitais no Líbano, diz análise

Ataques israelenses mataram 111 funcionários e atingiram 107 ambulâncias desde 23 de setembro, de acordo com Ministério da Saúde libanês

Por Da Redação
3 nov 2024, 15h30

No primeiro mês da invasão de forças israelenses ao Líbano, que começou em 23 de setembro, ataques israelenses danificaram 34 hospitais, mataram 111 funcionários e atingiram 107 ambulâncias, de acordo com dados compilados pelo Ministério da Saúde libanês. Uma análise publicada neste domingo, 3, pela rede americana CNN, mostra que bombas foram lançadas dentro de “proximidade letal” de ao menos 19 desses centros médicos, que são protegidos sob a lei internacional.

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A análise da CNN observou apenas ataques aéreos verificados em imagens publicamente disponíveis ou declarados em ordens de evacuação militar israelense entre 23 de setembro e 23 de outubro. Essa amostra é menor do que os mais de mil ataques israelenses estimados pelo Armed Conflict Location and Event Data Project (ACLED), uma organização de monitoramento de crises, que atingiram o Líbano ao longo do mês.

A milícia libanesa, aliada do grupo militante palestino Hamas e do Irã, troca disparos pela fronteira com os militares israelenses desde o início da guerra em Gaza, em outubro passado, mas o conflito se intensificou após Tel Aviv anunciar uma invasão terrestre no início deste mês. O Ministério da Saúde libanês diz que mais de 2.700 pessoas foram mortas e mais de 12.400 ficaram feridas no Líbano desde então.

Hospitais e outros estabelecimentos médicos são objetos civis protegidos sob o direito internacional humanitário. É ilegal, com poucas exceções, atacar hospitais, ambulâncias ou outras instalações de saúde, ou impedi-los de fornecer cuidados. Em um relatório divulgado na quarta-feira, a organização internacional de direitos humanos Human Rights Watch se referiu aos ataques israelenses a profissionais de saúde no Líbano como “aparentes crimes de guerra”.

“A situação no Líbano é alarmante. Ataques aos cuidados de saúde debilitam os sistemas de saúde e impedem sua capacidade de continuar a funcionar. Eles também impedem que comunidades inteiras acessem serviços de saúde quando mais precisam deles”, disse, em comunicado, Hanan Balkhy, diretor regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental, no final do mês passado. “A OMS está trabalhando incansavelmente com o Ministério da Saúde Pública no Líbano para apoiar a continuidade dos serviços essenciais de saúde, mas o que o povo do Líbano mais precisa é de um cessar-fogo imediato”, declarou.

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O coordenador especial da ONU para o Líbano disse em 25 de outubro que “os primeiros socorristas que atenderam ao chamado para ajudar, incluindo profissionais de saúde e paramédicos, também foram duramente atingidos”, e chamou o número de ataques que atingiram instalações e profissionais de saúde de “alarmante”.

As Forças de Defesa de Israel não responderam à emissora americana, mas disseram que estavam operando apenas contra a milícia libanesa Hezbollah, “não contra a população libanesa ou instalações médicas”.

Apesar de negociações para um possível cessar-fogo, mediadas pelos Estados Unidos, a operação de Israel no Líbano continuou a se expandir. Na quarta-feira, a cidade de Baalbek, famosa por seus templos romanos e reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO, sofreu ataques pesados. Tel Aviv informou que seu alvo eram reservatórios de combustível do Hezbollah na região do Vale do Bekaa.

O Ministério da Saúde libanês afirmou que 19 pessoas foram mortas em ataques israelenses em duas cidades na área de Baalbek. Mais de 1,2 milhão de pessoas já foram deslocadas devido às ofensivas de Israel no Líbano.

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