O número de mortos na explosão de um carro-bomba em um reduto do grupo terrorista Hezbollah em Beirute, no Líbano, subiu para 24 nesta sexta-feira. O atentado também deixou outras 335 pessoas feridas nos subúrbios localizados ao sul da capital. Segundo o Exército, unidades especiais foram enviadas para cercar a área da explosão e averiguar os motivos do ataque.
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O ministro do Interior Marwan Charbel afirmou que os investigadores estão checando as imagens de câmeras de segurança para apurar se o carro-bomba era dirigido por um terrorista ou controlado remotamente. “A primeira hipótese é de que o motorista se explodiu junto com o carro, enquanto a segunda diz que o carro poderia ser controlado à distância”, disse Charbel, segundo uma agência de notícias libanesa.
Em um vídeo divulgado na internet pouco depois do ataque, três homens mascarados e segurando armas dizem fazer parte do grupo responsável pelo atentado. Eles estão ao lado de um sinal árabe contendo o credo islâmico: “Não há Deus a não ser Alá e Maomé é o mensageiro de Alá”, informou a rede americana CNN. O grupo, que se identificou como Brigada de Aisha, Mãe dos Crentes, acusou os membros do Hezbollah de serem agressores. Aisha foi mulher de Maomé, o profeta do Islã.
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Mortos – Aos poucos o governo libanês vai confirmando a identidade das vítimas para facilitar a organização dos funerais. Entre os mortos está uma família de cinco pessoas – pai, mãe e três filhas – que foi atingida pela explosão. Além de danificar carros que estavam ao redor, o ataque também atingiu casas próximas a um complexo usado por membros do Hezbollah como moradia. Relatos dão conta que pessoas ficaram presas em construções destruídas pela explosão.
O grupo islâmico xiita Hezbollah é um braço armado do governo iraniano no Líbano e está ajudando o ditador Bashar Assad a combater os rebeldes – de maioria sunita – na Síria. A guerra civil síria tem agravado as tensões sectárias no Líbano. Relatos de confrontos entre xiitas apoiadores do ditador Assad e sunitas, que respaldam as ações dos grupos rebeldes, se tornaram frequentes nos últimos dois anos. O ataque desta quinta-feira ocorre cerca de um mês após a explosão de um carro-bomba deixar 53 feridos na mesma vizinhança.
(Com agência Reuters)