Mais duas mortes foram confirmadas no Egito nesta sexta-feira, em meio à onda de choques entre a polícia e manifestantes deflagrada após a tragédia no estádio de Port Said, que deixou dezenas de mortos na última quarta-feira. Com isso, o número total de mortos nos confrontos sobe para cinco, enquanto o de feridos chega a 1.689, de acordo com o Ministério do Interior.
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Entre as pessoas que morreram, quatro participavam de protestos contra a atuação da polícia egípcia no estádio em Port Said – as forças de segurança são acusadas de negligência e de não terem prevenido o massacre. Duas delas foram mortas em Suez, durante a madrugada, e as outras duas na capital Cairo, a poucos metros da sede do Ministério do Interior, onde policiais responderam as pedras arremessadas pelos manifestantes com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Além delas, um policial morreu atrolepado por um caminhão da polícia.
Os conflitos voltaram a se alastrar pelas principais cidades egípcias nesta sexta-feira. Cerca de 10.000 manifestantes, entre eles torcedores de futebol, saíram às ruas do Cairo numa passeata que acabou próxima da Praça Tahrir, onde muitos participantes ultrapassaram barricadas de concreto e entraram em choque com policiais. A região dos conflitos na capital egípcia é a mesma onde, no ano passado, ocorreram as manifestações que culminaram com a queda do então ditador Hosni Mubarak.
Estádio – Segundo o jornal britânico Guardian e a agência de notícias Reuters, mais uma pessoa morreu em decorrência dos choques no estádio de Port Said. Trata-se de um torcedor que estava gravemente ferido – o que eleva o número de mortos no episódio para 80. Torcedores dos clubes e os partidos presentes no Parlamento egípcio responsabilizam as forças policiais no estádio pela tragédia, por não terem feito nada para impedir o confronto entre torcedores do Al Ahly, time de futebol do Cairo, e do clube local, o Al Masry.