Um dia após a renúncia do presidente alemão Horst Kohler, o chefe da Câmara Baixa do Parlamento, Norbert Lammert, anunciou que Assembleia Federal da Alemanha elegerá um novo chefe de Estado no próximo dia 30 de junho. A data é o limite permitido pela Constituição do país.
Até o momento, não foram apresentadas candidaturas oficiais para o cargo, apesar de diferentes partidos políticos já buscarem possíveis aspirantes. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o líder da oposição social-democrata, Sigmar Gabriel, expressaram sua vontade de buscar um candidato único que satisfaça as diferentes formações políticas e represente os interesses do povo.
Os líderes das três formações que formam a atual coalizão do Governo de Merkel – a União Democrata-Cristã (CDU), a União Social-Cristã na Baviera (CSU) e o Partido Liberal Democrata (FDP) – aproveitaram uma reunião nesta terça-feira para trocar opiniões sobre a nomeação de um candidato conjunto.
A imprensa especula nomes como o próprio Lammert, dos ministros de Finanças e do Trabalho, os democratas-cristãos Wolfgang Schäuble e Ursula von der Leyen, e do ex-ministro do Tesouro Peer Steinbrück.
Lammert disse que a decisão sobre a data da eleição foi tomada depois de consultar a Presidência do Bundesrat, a Câmara Alta, os diferentes grupos parlamentares e a chanceler Merkel.
Renúncia – Koehler renunciou ao cargo na segunda-feira, após ter sido criticado por suas declarações polêmicas a respeito das operações militares da Alemanha no Afeganistão. A demissão de Koehler foi divulgada por meio de um comunicado emitido pelo gabinete da Presidência.
Durante uma visita ao território afegão, Koehler teria insinuado que a presença das tropas germânicas no país tinha como propósito a defesa de seus próprios interesses econômicos. “Lamento que os meus comentários tenham conduzido a um erro de interpretação sobre uma questão importante e difícil”, disse ao se despedir.
Koehler ocupava o cargo desde 2004, e foi reeleito no ano passado para um mandato de mais cinco anos. Aliado da conservadora chanceler Angela Merkel, ele ficaria no poder até 2014. Depois da Segunda Guerra Mundial, é a primeira vez que um presidente renuncia à Presidência da Alemanha.