Novo partido britânico inspirado em Macron quer reverter Brexit
Partido Renovação, fundado em 2016, quer novo debate sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia
Um novo partido político britânico que diz ser inspirado pela chegada ao poder do presidente francês, Emmanuel Macron, lançou uma campanha eleitoral nacional nesta segunda-feira com o objetivo de impedir a saída do Reino Unido da União Europeia, conhecida como Brexit.
Fundado no ano passado, depois que o movimento de Macron –o República em Marcha— o levou à presidência, o Partido Renovação informou que tentará incitar um debate sobre o Brexit, acusando os principais partidos britânicos de terem perdido o contato direto com seus eleitores, que se sentem abandonados pela elite.
“Pretendemos ser duros com o Brexit e com as causas do Brexit”, disse o chefe de estratégia do partido, James Torrance. “Pressionaremos os parlamentares para que considerem o interesse nacional e coloquem o ‘ficar’ de volta à mesa e em votação sobre o acordo final obtido com a União Europeia”.
No referendo de 2016, 51,9% dos britânicos, ou 17,4 milhões de pessoas, votaram pela saída do país do bloco europeu, e 48,1%, ou 16,1 milhões, optaram pela permanência.
Desde então os apoiadores da permanência vêm explorando uma série de métodos legais e políticos para evitar o que veem como o maior erro da história política britânica desde a II Guerra Mundial.
A primeira-ministra, Theresa May, cujos governo e partido estão divididos quanto ao Brexit, só têm oito meses para fechar um acordo de separação com o bloco, mas insistem que o Reino Unido se desligará às 23h (horário de Greenwich) do dia 29 de março de 2019.
Neste sábado, ela descartou a possibilidade de um segundo referendo. “As pessoas no Reino Unido acreditam veementemente que, se tomam uma decisão, os governos não devem chegar e dizer que não, ‘vocês estão errados'”, afirmou.
Os opositores do Brexit estão tentando angariar apoio suficiente na câmara baixa do Parlamento, a Câmara dos Comuns, para impedir qualquer acordo de retirada que May traga de volta de Bruxelas em outubro.