Novo governo recebe voto favorável do Parlamento romeno
Protestos populares contra cortes públicos levaram ex-premiê a renunciar
A Romênia já tem um novo governo, depois que o Parlamento apoiou nesta quinta-feira em Bucareste por 237 votos a favor e duas abstenções o Executivo do primeiro-ministro Mihai Razvan Ungureanu, designado esta semana pelo presidente. Com uma equipe jovem e muitas caras novas, o ex-chefe dos serviços secretos de exterior substituirá o primeiro-ministro Emil Boc, que renunciou na segunda-feira após os protestos contra suas políticas de austeridade.
“A preocupação deste governo será o aumento prudente dos salários dos funcionários e da previdência, se a economia permitir”, disse Ungureanu no Parlamento.
Desde que a Romênia contraiu em 2009 um crédito do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 20 bilhões de euros, os salários dos funcionários foram cortados em 25%, a previdência foi congelada, milhares de funcionários foram demitidos e o IVA subiu de 19 a 24%. O novo primeiro-ministro se comprometeu também a continuar com os acordos contraídos com o FMI e as políticas de ajuste e reforma econômica.
Apoio – Ungureanu contou com o apoio da coalizão que apoiou o governo anterior, de centro-direita e próximo ao presidente, o impopular Traian Basescu. A oposição boicotou a votação, exigiu eleições legislativas antecipadas e a saída de Basescu, que acusa de ser autoritário e ter comportamentos anticonstitucionais. O mandato de Basescu expira em 2014, enquanto as eleições legislativas estão previstas para novembro.
Oito ministros, todos do conservador Partido Democrático Liberal, são novos no governo de Ungureanu. Ele chamou a oposição ao diálogo e se propôs a “estimular o crescimento econômico”. O líder do opositor Partido Social Democrata, Victor Ponta, explicou nesta quinta-feira sua rejeição a este governo pela presença na equipe de oito ministros do gabinete interior.
Milhares de pessoas exigiram durante a segunda metade de janeiro em todo o país a renúncia de Basescu e do governo anterior, que foram acusados pelos manifestantes de terem feito o povo pagar a fatura da crise. Além disso, o presidente é tachado de “ditador” pelos participantes dos protestos, que criticam uma forma de fazer política que consideram arbitrária e interesseira.
(Com agência EFE)