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Novo ataque militar em Homs, 29 mortos na Síria

O exército sírio lançou nesta segunda-feira um novo ataque contra a cidade rebelde de Homs, deixando 17 mortos e dezenas de feridos, em um conflito marcado também pela tensão internacional depois do veto da Rússia e da China na ONU a um projeto ocidental para condenar a repressão do regime de Bashar al-Assad. Esta nova […]

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6 fev 2012, 10h58
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  • O exército sírio lançou nesta segunda-feira um novo ataque contra a cidade rebelde de Homs, deixando 17 mortos e dezenas de feridos, em um conflito marcado também pela tensão internacional depois do veto da Rússia e da China na ONU a um projeto ocidental para condenar a repressão do regime de Bashar al-Assad.

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    Esta nova ofensiva desmentida mais uma vez pelo regime ocorre dois dias depois dos vetos de chineses e russos a uma resolução da ONU condenando a repressão na Síria e na véspera de uma visita a Damasco do chefe da diplomacia russo, Serguei Lavrov.

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    No total, os episódios de violência no país deixaram pelo menos 29 mortos nesta segunda-feira: 24 civis mortos pelas forças do regime, sendo 17 em Homs (centro), segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), além de três soldados e um operário mortos por “grupos terroristas”, de acordo com as autoridades.

    “Pelo menos 17 civis caíram como mártires e dezenas foram feridos no bombardeio contra os bairros de Jaldiye, Baba Amro, Inshaat e Bab Sbaa desde a madrugada”, afirma um comunicado do OSDH, que tem sede na Grã-Bretanha.

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    “Este é o bombardeio mais violento de Baba Amro desde o início da revolta em março de 2011”, afirmaram os Comitês Locais de Coordenação (LCC).

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    Na madrugada de sábado, outro ataque, dirigido principalmente contra o bairro de Jaldiye, deixou mais de 230 mortos nesta cidade rebelde, segundo a oposição síria, que denunciou um massacre. As autoridades sírias negaram qualquer envolvimento e acusaram “grupos terroristas”.

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    Os canais árabes Al-Arabiya e Al-Jazeera exibiam nesta segunda-feira imagens ao vivo de colunas de fumaça em Homs, chamada de “capital da revolução”, com as convocações para as orações nas mesquitas e o barulho das explosões ao fundo.

    As informações não puderam ser verificadas de maneira imediata com fontes independentes, em consequência das fortes restrições de deslocamento impostas aos jornalistas estrangeiros no país.

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    “Baba Amro sofre um bombardeio violento com foguetes e morteiros desde o início da manhã e há um grande número de mártires”, declarou Omar Shaker, um militante do bairro entrevistado pela AFP em Beirute.

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    “É a primeira vez que sofremos um ataque assim”, completou, antes de afirmar que tanques do Exército se posicionaram na Universidade de Homs.

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    Homs está cercada há vários meses pelas forças do regime. No domingo, 23 civis morreram em ataques.

    Paralelamente, centenas de blindados sírios lançaram um ataque contra cidade de Zabadani, próxima a Damasco, com “disparos intensos de blindados”, anunciou o OSDH.

    O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição, exortou a comunidade internacional a agir rápido para “impedir um novo massacre”, após a morte de mais de 230 pessoas no sábado em Homs, segundo os militantes.

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    Esta nova ofensiva, denunciada pelos opositores ao regime, acontece no dia seguinte a um veto sino-russo contra uma resolução da ONU de condenar a repressão na Síria e na véspera da visita a Damasco do primeiro-ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.

    Nesta segunda, Lavrov denunciou a reação “indecente e histérica” do Ocidente depois do veto russo e chinês.

    “Certos votos no Ocidente que reagiram à votação da ONU são indecentes e quase histéricos”, declarou Lavrov.

    “Um provérbio diz ‘aquele que se irrita raramente tem razão’. As declarações histéricas têm por objetivo dissimular o que acontece, ou seja, o fato de que há várias fontes de violência na Síria”, prosseguiu.

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    As autoridades chinesas também rebateram as acusações americanas de que Pequim e Moscou protegem o regime sírio.

    “A China não aceita as acusações dos Estados Unidos sobre o veto relativo a Síria”, declarou o porta-voz da chancelaria, Liu Weimin.

    “Nós não protegemos ninguém”, completou, em uma referência às palavras da secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

    “Os países que se negaram a apoiar o plano da Liga Árabe assumem a plena responsabilidade de proteger o regime de Damasco”, declarou Hillary no domingo.

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    O plano de paz da Liga Árabe, no qual estava amplamente baseado o projeto de resolução da ONU, prevê o fim da violência e a transferência dos poderes de Bashar al-Assad a seu vice-presidente antes da abertura das negociações com a oposição.

    Esta foi a segunda vez que Moscou e Pequim impediram o Conselho de Segurança de aprovar uma resolução contra a Síria, após quase 11 meses de silêncio sobre a repressão do regime de Bashar al-Assad, que matou pelo menos 6.000 pessoas, segundo ativistas.

    O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão de oposição, pediu à comunidade internacional que atue rapidamente par impedir um novo massacre, depois do bombardeio que deixou mais de 120 mortos em Homs, de acordo com os militantes.

    O regime negou ter bombardeado Homs e atribuiu a violência a “grupos armados”, como faz desde o início da revolta, há cerca de 11 meses.

    Ao menos 6.000 pessoas morreram desde então, segundo a oposição.

    O veto sino-russo na ONU contra uma resolução condenando a repressão na Síria provocou indignação no mundo árabe, no Ocidente e entre a oposição.

    Após o fracasso dos esforços diplomáticos nas Nações Unidas, os Estados Unidos anunciaram a vontade de reforçar as sanções contra Damasco, para fazer secar as fontes de financiamento e as entregas de armas ao regime do presidente Bashar al-Assad.

    Em Paris, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, prometeu que a Alemanha e a França não deixarão “o povo sírio cair” e não aceitarão “o bloqueio de uma comunidade internacional”, durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel.

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