Nova Zelândia lança plano de proteção contra desastres climáticos
Objetivo é preparar a população para enchentes, incêndios e outras calamidades causadas pelo aquecimento global
![AUCKLAND, NEW ZEALAND - AUGUST 31: Cars in Rheingold Place in Huapai are underwater as heavy rain causes extensive flooding and destruction on August 31, 2021 in Auckland, New Zealand. Many homes have been evacuated after flash flooding hit the area due to heavy rainfall. (Photo by Fiona Goodall/Getty Images)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/08/GettyImages-1337342532.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A Nova Zelândia divulgou nesta quarta-feira, 3, seu primeiro plano nacional contra desastres causados pelas mudanças climáticas. A medida visa preparar a população para inundações, incêndios, aumento do nível do mar e outras calamidades esperadas nos próximos anos.
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Ao divulgar o novo projeto, o ministro do Clima, James Shaw, afirmou que, embora o país esteja se mobilizando para reduzir as emissões de gases poluentes, é crucial elaborar estratégias nacionais para o enfrentamento de um provável cenário de enorme perturbação climática.
“Já vimos o que pode acontecer. Eventos climáticos severos que antes pareciam impensáveis, mesmo apenas alguns anos atrás, agora estão acontecendo em um ritmo e intensidade que nunca experimentamos antes”, disse ele.
Shaw acrescentou que mesmo 1,5ºC de aumento na temperatura global poderia gerar impactos significativos no modo de vida da nação.
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O plano nacional de adaptação ao clima é o primeiro do tipo no país e é um documento extenso que fornece um roteiro para tentar proteger a infraestrutura, habitações e tesouros culturais das cidades à medida que o planeta aquece.
Grande parte do plano está focada na orientação de pessoas, empresas e governos locais sobre os riscos de desastres climáticos que devem ser considerados no planejamento de ações públicas e individuais. A medida também irá criar portais públicos para que as pessoas acessem informações atualizadas sobre como a crise climática irá ocorrer.
“Em vez de ter que lidar com esses eventos apenas no momento em que acontecem, estamos provendo as ferramentas para a população se preparar, e poder continuar suas vidas quando os incidentes ocorrerem”, argumentou o ministro.
O lançamento do plano ocorre após semanas da ondas de calor e inundações afetarem regiões em todo país. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Nick Cradock-Henry, especialista do Landcare Research, centro de pesquisa em meio ambiente e a sustentabilidade da Nova Zelândia, disse que a ação do governo é bem-vinda, mas que estava atrasada.
“A adaptação às mudanças climáticas é um dos desafios sociais e ambientais mais complexos que enfrentamos, mas com este plano estamos pelo menos nos movendo na direção certa”, observou o cientista.
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Entre os efeitos nocivos do aquecimento global, o aumento do nível do mar é considerado o mais ameaçador para a nação insular da Oceania. Segundo um relatório da Deep South Challenge, agência de pesquisas sobre o clima, um em cada sete neozelandeses, ou 675.000 pessoas, vive em áreas propensas a inundações. Outros 72.065 vivem em áreas que estão sujeitas a uma elevação extrema do nível do mar.
O levantamento também aponta que pelo menos 10.000 casas nas maiores cidades da Nova Zelândia devem tornar-se efetivamente perigosas até 2050. Considerando os dados alarmantes, o governo se comprometeu a aprovar uma legislação para deslocar a população dessas áreas de risco até o final de 2023.