Nota exposta por Bolton causa especulações sobre ação dos EUA na Venezuela
Caderno do conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos trazia nitidamente a anotação '5.000 tropas para a Colômbia' durante coletiva de imprensa
Uma anotação do conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, despertou a curiosidade da imprensa mundial e um incidente diplomático. Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira 28, para anunciar sanções contra a companhia estatal venezuela Petróleos de Venezuela (PDVSA), Bolton segurou um caderno onde se podiam ler nitidamente duas notas: “Afeganistão, bem-vindas as negociações” e “5.000 tropas para a Colômbia”.
A cena foi fotografada por diversos meios de comunicação, que ampliaram a imagem do caderno, gerando especulações sobre o significado das mensagens.
No caso afegão, as “negociações” provavelmente se referem ao esboço do acordo de paz da Casa Branca com membros do Talibã. Já a menção à Colômbia é mais controversa, com suposições de que possa estar relacionada à crise da Venezuela, país vizinho dos colombianos e que poderia servir com base para uma intervenção americana.
Após a grande repercussão, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, declarou que o governo do seu país não tem informações sobre uma anotação: “com relação à menção da Colômbia no caderno que o senhor John Bolton tinha em mãos, o escopo e a razão para essa anotação são desconhecidos”, disse o chanceler.
Trujillo afirmou que “a Colômbia seguirá dialogando permanentemente com os Estados Unidos sobre todas as questões de interesse comum e cooperando com esta nação amiga em questões bilaterais, hemisféricas e globais”.
Tanto Colômbia como os Estados Unidos, e a maioria de países da região, reconheceram como presidente legítimo da Venezuela o autoproclamado Juan Guaidó. Sobre esta questão, o chanceler colombiano afirmou que o país “seguirá atuando política e diplomaticamente para criar as condições que conduzam a um processo eleitoral que restabeleça a ordem democrática e institucional nesse país”.
(Com EFE)