As autoridades da Noruega confirmaram nesta sexta-feira, 17, que mediarão um diálogo político entre o governo da Venezuela e a oposição, para buscar resolver a grave crise do país sul-americano.
“A Noruega informa que teve contatos preliminares com representantes dos principais atores políticos da Venezuela, em uma fase exploratória, com o objetivo de apoiar a busca por uma solução para a situação no país”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores norueguês.
Oslo elogiou os “esforços” dos partidos e mostrou sua disposição de continuar apoiando “a busca de uma solução pacífica”.
O chefe do parlamento da Venezuela e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, confirmou ontem os contatos.
“Sim, há alguns enviados para a Noruega. Agora, eu também disse que, até o ponto de exaustão, não vamos nos dedicar a uma falsa negociação que não leve a três coisas: cessação da usurpação, governo de transição e eleições livres”, afirmou.
A emissora pública norueguesa NRK havia antecipado que os contatos entre os dois partidos começaram em Cuba e várias reuniões foram realizadas em um local secreto em Oslo.
A delegação do governo é composta pelo ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez, e pelo governador do estado de Miranda, Héctor Rodríguez. Já a oposição enviou segundo vice-presidente da Assembleia Nacional, Stalin González; o ex-deputado Gerardo Blyde e o ex-ministro Fernando Martínez Mottola, segundo a NRK.
Os nomes da oposição foram mencionados por Guaidó, embora o governo venezuelano não tenha feito uma declaração oficial.
Sedes diplomáticas da Venezuela
Os enviados em Washington de Juan Guaidó afirmaram na quinta-feira que controlam todos os prédios diplomáticos do país na capital dos Estados Unidos.
O principal representante de Guaidó em Washington, Carlos Vecchio, fez o anúncio em frente à embaixada da Venezuela na capital.
Na manhã de ontem, as autoridades americanas retiraram simpatizantes do governo de Nicolás Maduro que ocupavam o prédio há semanas para evitar que ela fosse tomada pela oposição.
Vecchio agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao Serviço Secreto pela operação que retirou os ativistas.
“Hoje recuperamos não só esse edifício, mas também as duas residências que pertencem a Venezuela, tanto a do embaixador como a do embaixador na Organização dos Estados Americanos (OEA)”, afirmou.
O enviado de Guaidó em Washington disse que em breve entrará no prédio. Por enquanto, o local servirá como um centro de recebimento de ajuda humanitária para a Venezuela. “O edifício está sendo verificado pelos EUA. Faremos que os ativistas sejam responsabilizados pelos roubos e imperfeições que encontrarmos”, afirmou o diplomata.
Quatro ativistas que resistiram à ação das autoridades americanas foram presas na operação de quinta-feira. Eles haviam recebido ordem para deixar o local e encerrar a ocupação na segunda-feira 13.
O governo de Maduro denunciou os Estados Unidos por violar a Convenção de Viena e entrar no prédio sem autorização da Venezuela. Além disso, o líder chavista anunciou que estuda responder à retirada dos ativistas com o princípio de reciprocidade.
(Com EFE)