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Noite de caos e protestos termina com quase 300 detidos na França

Manifestantes lotaram as ruas das principais cidades para protestar contra a reforma previdenciária promovida pelo governo de Emmanuel Macron

Por Da Redação 21 mar 2023, 14h49
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  • A polícia francesa registrou 234 prisões em Paris e 53 em outras áreas do país durante protestos na virada de segunda para esta terça-feira, 21. Manifestantes lotaram as ruas das principais cidades para protestar contra a reforma previdenciária promovida pelo governo de Emmanuel Macron.

    Depois de uma manobra constitucional para aprovar sua polêmica reforma previdenciária sem aval parlamentar, o governo do presidente francês, Emmanuel Macron, sobreviveu na segunda-feira à moções de censura levadas à Assembleia Nacional.

    Em uma praça próxima à Assembleia Nacional, em Paris, centenas de pessoas se reuniram enquanto a moção era debatida. As autoridades dispersaram a multidão, que foi em direção a ruas e bairros adjacentes.

    + Macron sobrevive a moção de censura, mas ainda tem desafios no horizonte

    Imagens da TV local mostraram a polícia usando gás lacrimogêneo e atacando manifestantes, que em muitos casos responderam atirando objetos contra agentes.

    Nos entornos da Ópera Garnier, alguns grupos queimaram pilhas de lixo que estavam espalhadas nas ruas devido à greve dos garis, que atinge metade dos bairros da capital francesa há mais de duas semanas.

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    Outros setores também foram afetados. Todas as refinarias na França estão paradas ou em processo de suspensão de atividade e depósitos estão sendo bloqueados. Autoridades se preocupam com a escassez de combustível nos postos de abastecimento de todo o país.

    Nos transportes, a greve dos controladores de tráfego aéreo obrigou as companhias aéreas a cancelarem 20% dos seus voos nos aeroportos de Orly e Marselha para esta terça-feira e a próxima quarta-feira, 22. Os sindicatos ainda convocaram o nono dia de greves e manifestações contra a reforma previdenciária de Macron.

    Na semana passada, sob comando do presidente, a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, usou o artigo 49:3 da Constituição para aprovar sem votação a reforma que, entre outras medidas, aumenta de 62 para 64 anos a idade mínima de aposentadoria a partir de 2023. Sob a reforma, os trabalhadores também precisariam trabalhar por, no mínimo, 43 anos para receber uma aposentadoria integral.

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    Em resposta, as moções de censura foram apresentadas por deputados de centro e pelo partido de extrema-direita Rassemblement National, de Marine Le Pen. Conforme a primeira delas, apresentada por três partidos, já fracassou, espera-se que a apresentada pela extrema-direita tenha o mesmo destino.

    Mesmo com o sucesso, a vida de Macron pode ser complicada. Sindicatos e manifestantes, irritados com a reforma e com o fato de que não houve uma votação, disseram que vão seguir em frente com marchas e greves. Segundo François Hommeril, da Confederação Francesa de Executivos, “70% da população e 94% dos trabalhadores se opõem a este projeto”.

    Macron argumenta que o ritmo envelhecimento da população francesa torna o atual regime de pensões inacessível. O rombo causado pelas pensões chega a 10 bilhões de euros — e segue em rota ascendente, com aumento previsto de 40% até o fim da década. O país já emprega 14% do PIB para o pagamento de pensões, bem mais que a vizinha Alemanha (10%) e os membros da OCDE, clube de nações ricas, com média de 8%.

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