Monróvia, 16 jan (EFE).- Premiada com o Nobel da Paz em 2011, a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, realizou nesta segunda-feira a cerimônia de posse de seu segundo mandato, a qual contou com a presença de chefes de Estado africanos e da secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
Entre os 300 convidados internacionais, além de Clinton, a cerimônia de posse de Ellen contou com os presidentes de Serra Leoa, Gana, Ruanda, Senegal, Benin, Namíbia, Níger e Costa do Marfim.
Para comportar um maior número de convidados, a posse, realizada na capital liberiana, ocupou o exterior da Assembleia Nacional, ao invés das salas conjuntas do Senado e da Câmara de Representantes, e foi apresentada pelo presidente do Supremo Tribunal, Johnny Lewis.
A cerimônia foi realizada de maneira tranquila e sem nenhum incidente registrado, o que levou os observadores internacionais a qualificá-la como a transição mais pacífica registrada na África.
Em seu discurso, Ellen, agraciada com o Prêmio Nobel da Paz 2011 o outubro passado (dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais), pediu o apoio de seus compatriotas para alcançar um futuro de orgulho, unidade e progresso para a Libéria.
A governante, a primeira mulher presidente de um país africano, ressaltou que o novo Governo se centrará no fomento do emprego para os jovens, e atribuiu a instabilidade do país à falta de oportunidades e da juventude.
‘Nosso principal desafio é motivar a esperança, violada pela guerra e pelo caos, para conseguir uma sociedade mais segura’, indicou a presidente.
‘Estes próximos seis anos exigirão um compromisso constante e um trabalho duro de todos nós. Todos os liberianos devem trabalhar para alcançar esta meta’, acrescentou.
O principal partido da oposição, o Congresso pela Mudança Democrática (CDC), anunciou no último domingo a suspensão das mobilizações previstas para dia da posse. Isso porque, o CDC tinha planejado um protesto para mostrar sua rejeição à vitória eleitoral de Ellen, considerada fraudulenta pela oposição.
O líder do CDC, Winston Tubman, desistiu do protesto após uma reunião com a própria presidente, a qual foi centrada na reconciliação nacional e na formação de um Governo de unidade para a Libéria.
Após esta reunião, a presidente da Libéria se comprometeu em formar um Executivo com participação de todas as forças políticas que participaram do pleito de 2011. Até então, Tubman tinha insistido em rejeitar a vitória da presidente.
Além de um Governo de unidade, Ellen se comprometeu a criar um comitê de reconciliação nacional, que será dirigido pela pacifista Leymah Gbowee, ganhadora do Nobel da Paz em 2011 ao lado da própria presidente.
Essa foi a segunda eleição realizada no país africano desde o fim da guerra civil, a qual devastou a Libéria entre 1989 e 2003 e resultou na morte de 250 mil mortos. EFE