Netanyahu pede que países ameacem Irã com sanções militares
Premiê israelense disse não acreditar em nenhum outro meio para conter programa nuclear. Reunião entre Irã e outros seis países termina sem resultados
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, pediu à comunidade internacional nesta quarta-feira que ameace o Irã com sanções militares, por considerar que as medidas de restrições econômicas impostas até o momento não estão sendo capazes de conter o avanço do programa nuclear de Teerã.
“Acredito que cabe à comunidade internacional intensificar as sanções e esclarecer que, se o Irã continuar seu programa, haverá sanções militares”, disse Netanyahu, sem especificar quais medidas deveriam ser adotadas. “Eu não acho que há qualquer outro meio de fazer o Irã atender às demandas da comunidade internacional”.
As declarações de Netanyahu vieram como reação aos dois dias de negociações entre representantes de Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e China (membros do Conselho de Segurança da ONU com direito a voto), Alemanha e Irã. O encontro ocorreu na cidade cazaque de Almaty.
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Negociações – A reunião foi encerrada sem avanços concretos. O Irã e os demais países apenas concordaram em voltar a discutir o assunto. Em um comunicado, o Irã informou que novas negociações serão realizadas em Istambul, na Turquia, em 18 de março, e que outra rodada de negociações ocorrerá entre 5 e 6 de abril.
O secretário do Conselho de Segurança Nacional iraniano, Saeed Jalili, afirmou nesta quarta-feira que o Irã não fechará a usina subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordo, como exigem os seis países que negociam a questão com Teerã.
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Em visita à França, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que os Estados Unidos estão abertos para uma negociação bilateral com o governo iraniano. “O Irã sabe o que é preciso ser feito, o presidente deixou clara sua determinação de implementar sua política de que o Irã não terá armas nucleares”.
Enquanto o Irã afirma que seu programa nuclear tem finalidade pacífica, Israel, Estados Unidos e países da Europa temem que Teerã consiga enriquecer urânio no nível e quantidade necessários para a construção de armas atômicas. As Nações Unidas já ratificaram sanções que incluem a proibição do fornecimento de armamento pesado de tecnologia nuclear ao Irã, o bloqueio a exportações de armas pelo Irã e inspeções de cargas para detectar e impedir a aquisição de material ilícito pelo país.
(Com agências EFE e Reuters)