O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o líder do partido Azul e Branco, Benny Gantz, chegaram nesta segunda-feira, 20, a um acordo de união para formar um novo governo no país, acabando com um impasse político que durava a mais de um ano.
“Um acordo para estabelecer um governo nacional de emergência está sendo assinado entre o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o líder do Azul e Branco, Benny Gantz”, diz o comunicado oficial.
Os detalhes do acordo, no entanto, não ficaram claros. Segundo o jornal Al Jazeera, fontes do partido de Netanyahu, o Likud, disseram que o atual premiê seguirá governando até outubro de 2021. A outra metade do mandato será governada por Gantz. Durante esse período, o líder do Azul e Branco seguirá como vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa. Netanyahu continuará no governo como vice-primeiro-ministro.
“Eu prometi ao Estado de Israel um governo nacional de emergência que trabalhará para salvar a vida e o modo de vida dos israelenses”, afirmou Netanyahu. Já Gantz expressou alívio pelo acordo ter prevenido uma quarta eleição em menos de dois anos e disse que o novo governo irá proteger a democracia e combater a ameaça da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. O país registra 13.654 casos e 173 mortes.
O governo contará com 36 ministros divididos entre os partidos Likud, de Netanyahu, Azul e Branco, de Gantz, o ultraortodoxo Shas, o Unidos pela Torá e o partido Trabalhista.
Sob o risco de uma nova eleição e com o vírus se espalhando pelo país, em março Netanyahu declarou que estava trabalhando na formação de um novo governo de emergência para combater a pandemia. As negociações entre os partidos forma interrompidas no dia 13 de maio quando divergências sobre indicações à cargos em Ministérios surgiram entre as siglas.
Netanyahu é indiciado na Justiça por crimes de corrupção e de quebra de confiança. Gantz queria ter o poder de indicar o ministro da Justiça sob a justificativa de que um primeiro-ministro que responde a crimes não poderia nomear alguém para esse cargo. Como a tentativa de formar um novo governo havia falhado, o presidente do país, Reuven Rivlin, passou a tarefa ao parlamento. No entanto, o Likud e o Azul e Branco disseram que iriam continuar as negociações.
Protestos contra Netanyahu
No domingo 19, mais de 2.000 pessoas atenderam ao chamado do movimento “Bandeiras Negras” de manifestações contra Netanyahu. Reunidos na praça Yitzhak, em Tel Aviv, os manifestantes vestiam roupas pretas e máscaras protetoras, além de manterem uma distância de dois metros entre si como medida protetiva contra o contágio de coronavírus sob a justificativa de “salvar a democracia”.
Ali reunidos, os manifestantes queriam expressar sua rejeição ao diálogo em andamento entre Benny Gantz, líder do partido Azul e Branco, e Netanyahu, líder do conservador Likud. “Deixe a democracia vencer”, estava escrito numa das faixas, enquanto outros cartazes exibiam “Ministro do Crime”. Gantz e Netanhyahu, por´´m, alcançaram um acordo nesta segunda-feira, 20, para formar um novo governo.