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Netanyahu condena ação movida contra Israel por genocídio em Gaza

Corte Internacional de Justiça abriu, nesta quinta-feira, audiência para julgar caso aberto pela África do Sul

Por Da Redação
11 jan 2024, 18h41

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, repudiou nesta quinta-feira, 11, o caso aberto pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) para julgar um suposto genocídio israelense em Gaza.

“A hipocrisia da África do Sul grita aos céus”, disse o premiê, em resposta à acusação africana de que Israel teria “um padrão de conduta calculado que indica intenção genocida”. “Estamos combatendo terroristas, estamos combatendo mentiras… Hoje vimos um mundo de cabeça para baixo. Israel é acusado de genocídio enquanto luta contra o genocídio”, completou. 

Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel acusou a África do Sul de “funcionar como o braço legal da organização terrorista Hamas”, por levantar um caso baseado em “alegações falsas e infundadas”.

A Casa Branca também disse que as alegações de genocídio não tinham fundamento, apesar de nas últimas semanas ter dedicado esforços para que os bombardeios cessassem no Oriente Médio.

+ Em Haia, Israel é acusado de ‘padrão de conduta com intenção genocida’

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O processo

A Corte Internacional de Justiça abriu, nesta quinta-feira, 11, uma audiência sobre a guerra na Faixa de Gaza, para julgar um caso aberto pela África do Sul alegando que Israel está cometendo genocídio contra os palestinos durante o conflito contra o grupo terrorista Hamas. Adila Hassim, advogada do tribunal superior sul-africano, declarou que Tel Aviv tem “um padrão de conduta calculado que indica intenção genocida”.

“Todos estes atos, individual e coletivamente, formam um padrão calculado de conduta por parte de Israel, indicando uma intenção genocida”, disse Hassim.

Ela listou como evidências:

  1. Visar os palestinos que vivem em Gaza usando armamento que causa destruição homicida em grande escala, bem como ataques a civis;
  2. Designar zonas seguras para os palestinos buscarem refúgio, e depois bombardeá-los;
  3. Privar palestinos em Gaza de necessidades básicas – alimentos, água, cuidados de saúde, combustível, saneamento e comunicações;
  4. Destruir infraestruturas sociais, casas, escolas, mesquitas, igrejas, hospitais;
  5. Matar, ferir gravemente e deixar um grande número de crianças órfãs.

“Genocídios nunca são declarados antecipadamente, mas este tribunal tem o benefício das últimas 13 semanas de provas que mostram, de forma incontestável, um padrão de conduta e intenção relacionada que justifica uma alegação plausível de atos genocidas”, concluiu Hassim. A África do Sul pediu ao tribunal das Nações Unidas para agir com urgência.

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O papel da CIJ, principal órgão judicial das Nações Unidas, é resolver, de acordo com o direito internacional, conflitos e controvérsias jurídicas entre nações. O colegiado é composto de 15 juízes, eleitos para mandatos de nove anos pela Assembleia-Geral e pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Genocídio

A convenção do genocídio descreve o crime como “atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.

Desde 7 de outubro, Israel matou mais de 23 mil palestinos em Gaza, cerca de 70% dos quais são mulheres ou crianças. A UNRWA, agência das Nações Unidas que atua no enclave, estimou que 1,9 milhões de pessoas foram deslocadas internamente em Gaza devido aos combates – enquanto dezenas de milhares de edifícios foram destruídos.

A investida israelense ocorreu em resposta aos ataques perpetrados pelo Hamas no sul do país, também em 7 de outubro, nos quais cerca de 1.200 pessoas foram mortas, principalmente civis, e durante os quais 240 pessoas foram sequestradas. Pouco mais de 100 reféns foram posteriormente libertados do cativeiro.

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