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Negociações entre Moscou e Kiev seguem, apesar de acusações de ‘genocídio’

Governo russo divulgou oficialmente possibilidade de encontro entre Putin e Zelensky, algo solicitado anteriormente por presidente ucraniano

Por Da Redação Atualizado em 6 abr 2022, 14h25 - Publicado em 6 abr 2022, 11h01
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  • O porta-voz da Presidência da Rússia, Dmitry Peskov, garantiu nesta quarta-feira, 6, que as negociações entre Moscou e Kiev continuam, apesar das acusações feitas pela Ucrânia de cometimento de crimes de guerra e “genocídio” na cidade de Bucha.

    “O trabalho continua. Ainda há muito caminho pela frente”, disse o representante do Kremlin, em entrevista coletiva que concede diariamente.

    Peskov mencionou as declarações do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que denunciou na terça-feira um suposto esquema de “montagens” e falsificações de imagens em Bucha. Segundo o chanceler, as imagens modificadas teriam vindo à tona justamente “quando se viu alguma luz” nas negociações de paz.

    A Procuradoria-Geral da Ucrânia divulgou no domingo que 410 corpos foram encontrados nas ruas dos subúrbios ao norte de Kiev. Segundo o governo ucraniano e de acordo com imagens difundidas por veículos internacionais, os corpos apresentavam sinais de terem sido sumariamente executados. As vítimas estariam trajando roupas civis e muitas estavam com as mãos atadas.

    Apesar das acusações, o porta-voz do Kremlin garantiu que o trabalho prossegue, embora se desenvolva de uma forma “mais lenta” do que Moscou gostaria. Na terça-feira, foi divulgado oficialmente que o presidente russo, Vladimir Putin, estaria disposto a se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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    No entanto, o próprio Kremlin apontou que o encontro só será possível quando se chegar a um acordo sobre o documento final das negociações entre Moscou e Kiev.

    Na terça-feira, depois de visitar Bucha, Zelensky levantou dúvidas sobre a possibilidade de um encontro com Putin e sobre as negociações, mas ressaltou que não seria hora de abandonar a diplomacia.

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    “Todos nós, inclusive eu, perceberemos até mesmo a possibilidade de negociações como um desafio”, disse. “O desafio é interno, antes de tudo, o próprio desafio humano. Então, quando você se recompõe e tem que fazer isso, acho que não temos outra escolha.”

    Durante mensagem divulgada durante a madrugada, Zelensky já havia rechaçado o que classificou como “mentiras russas” sobre mortos na cidade de Bucha, dizendo que “todos os crimes dos ocupantes estão documentados”.

    “Há informações sobre mais de 300 pessoas mortas e torturadas apenas em Bucha. A lista de vítimas provavelmente será muito maior quando toda a cidade for revistada”, acrescentou. “Os corpos das pessoas assassinadas, os ucranianos assassinados, já foram removidos da maioria das ruas. Mas nos quintais, nas casas, os mortos ainda permanecem.”

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    As autoridades ucranianas têm informações de que o número de vítimas dos ocupantes pode ser ainda maior em Borodyanka e algumas outras cidades libertadas, completou Zelensky, denunciando que em muitas áreas nos distritos libertados das regiões de Kiev, Chernigov e Sumy “os ocupantes fizeram coisas que os locais não tinham visto mesmo durante a ocupação nazista, há 80 anos”.

    A Rússia sustenta que, em 31 de março, o prefeito de Bucha confirmou, em mensagem de vídeo, que já não havia soldados russos na cidade, “mas não mencionou em nenhum momento que havia moradores locais baleados nas ruas com as mãos amarradas”.

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