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Na história da aviação, apenas 13 sobreviveram sozinhos a desastres aéreos

Por Manuela Franceschini
12 Maio 2010, 18h07

A imagem do menino holandês que sobreviveu à queda de um avião líbio nesta quarta-feira já rodou todos os sites de notícias internacionais. Mas o nome, a idade e a história do único sobrevivente da tragédia que matou 103 pessoas ainda são desconhecidos. Quando chegar ao fim a cirurgia a que foi submetido por causa de ossos quebrados, o menino receberá a visita da embaixada holandesa, que confirmará sua identidade. A partir daí, seu nome se juntará às estatísticas dos casos raros de sobreviventes únicos de acidentes aéreos.

De acordo com o americano William Voss, especialista há 30 anos em segurança de vôo, a probabilidade de ocorrer um acidente aéreo é de 1 em 1 milhão. Segundo estudos do americano, em caso de acidente, é provável que dois terços das vítimas sobrevivam. Mas a existência de um único sobrevivente é quase um milagre. Desde 1970, foram apenas 13 acidentes aéreos em que um único ocupante do avião saiu vivo.

Bahia Bakari, única sobrevivente de um acidente que matou 152, lançou livro 6 meses depois Um desses sobreviventes é Bahia Bakari. A menina permaneceu no mar por 13 horas, entre corpos e destroços do avião que caiu no Oceano Índico próximo às Ilhas Comores, na costa leste da África, com 153 pessoas a bordo. O acidente aconteceu em junho de 2009 com o Airbus A310 da Yemenia Airways, companhia aérea estatal do Iêmen. A adolescente francesa de ascendência comorense, então com 12 anos, foi encontrada boiando no mar agarrada a um destroço da aeronave, com hipotermia, queimaduras pelo corpo e a clavícula fraturada.

Seis meses depois, Bahia contou no livro Me, Bahia the Miraculate que, enquanto estava no mar, pensava ter sido jogada sozinha para fora do avião. Sem o cinto, ela sentiu uma forte pressão que a empurrou contra a janela. Bahia acreditava que sua mãe havia conseguido aterrissar em segurança e estava procurando por ela. Era a primeira viagem de avião da menina. Ela havia saído de Paris com a mãe. As duas passariam férias com parentes nas Ilhas Comores.

Desde o momento que foi retirada do mar, Bahia foi destaque na imprensa internacional. A caminho do hospital, na ambulância, uma equipe de TV francesa acompanhou a menina. “Dói?”, perguntou o repórter. A menina respondeu sussurrando: “Um pouco, um pouco”. Durante um mês, a imprensa francesa a chamou de “a menina que passou por um milagre”.

Veja abaixo os demais casos de sobreviventes únicos em acidentes aéreos:

Cecília Cichan: A menina tinha 4 anos quando o avião em que viajava caiu em Detroit, nos Estados Unidos, em agosto de 1987. Dos 155 passageiros a bordo, foi a única sobrevivente. A equipe de resgate a encontrou ainda no assento, a muitos metros dos restos do avião, próxima dos corpos da mãe, do pai e do irmão de 6 anos. Os investigadores não encontraram explicação para a menina ter se salvado. Após o acidente, Cecília foi morar com parentes. Hoje, é psicóloga.

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Vesna Vulovic: Em janeiro de 1972, uma mala-bomba plantada por separatistas croatas explodiu em um vôo da companhia Iugoslava perto de Hermsdorf, na Tchecoslováquia. Vesna, uma aeromoça com então 22 anos, foi a única sobrevivente das 28 pessoas quês estavam a bordo. Ela acordou em uma montanha coberta de neve depois de uma queda de 33.000 pés com o crânio, as pernas e a coluna fraturados. É dela o recorde mundial de sobrevivência da maior queda sem pára-quedas. Vesna é hoje é uma espécie de heroína nacional na Sérvia.

Erika Delgado: Em janeiro de 1995, um avião que seguia para Cartágena caiu em Maria La Baja, na Colômbia. Erika, então com 10 anos, foi a única sobrevivente. Um agricultor local a ouviu chorar e a resgatou. A menina, que estava consciente e apenas estava ferida num braço, contou que sua mãe conseguiu empurrá-la para fora do avião, que pegava fogo. Seus pais e seu irmão estavam entre os 52 mortos.

Juliane Köpcke: A história da menina alemã deu origem a filmes e pode ter inspirado os criadores da série Lost. Juliane tinha 17 anos quando o avião em que estava caiu na floresta peruana, em 24 de dezembro de 1971, matando 97 pessoas. Ela e sua mãe estavam indo encontrar o pai para passarem juntos o Natal. Seus pais eram zoólogos e tinham uma estação de pesquisa de vida selvagem na Amazônia. O avião se desintegrou no ar e ela foi lançada para as copas das árvores da floresta, o que amorteceu a queda. A menina passou dez dias na selva até ser resgatada por madeireiros peruanos. Hoje, Juliane é bibliotecária e trabalha no Zoológico de Munique.

Sergei Petrov: O copiloto se salvou do acidente de um vôo charter que vinha do Tajiquistão e caiu no deserto dos Emirados Árabes em 1997, matando 85 ocupantes. Petrov sobreviveu graças à cabine, que foi a parte menos danificada da aeronave. Seu assento foi o único que não saltou com o impacto.

Phai Bun: Em Novembro de 1997, o vôo 815 da Vietnam Airlines caiu quando se aproximava do aeroporto de Phnom Penh, no Camboja, matando 66 pessoas. O único sobrevivente foi o rapaz vietnamita. Minutos depois do acidente, dezenas de pessoas cercaram o avião procurando algo de valor para levar e Bun foi regastado.

James Polehinke: O comissário estava no avião que caiu em agosto de 2006 com 51 passageiros a bordo. Polehinke foi retirado da fuzelagem por funcionários do aeroporto de Blue Grass, no Kentucky, Estados Unidos. O sobrevivente perdeu a perna esquerda e sofreu danos cerebrais.

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Martin Farkas: O tenente salvou-se da morte porque estava no banheiro do avião no momento da queda. A cabine o protegeu e ele foi o único sobrevivente dos 43 passageiros que estavam no avião Antonov, na Hungria, em janeiro de 2006. Farkas sofreu uma contusão cerebral, mas conseguiu ligar do celular para a mulher após o acidente pedindo socorro.

Neil James Campbell: Em julho 1973, o vôo 816 da PanAm caiu no mar segundos depois de decolar do aeroporto de Auckand, na Nova Zelândia. Campbell foi o único sobrevivente dos 79 ocupantes.

Francesca Lewis: O pequeno avião em que estava a menina de 12 anos atingiu um vulcão no Panamá, em 2007. Os outros três ocupantes morreram no acidente. As malas que estavam no avião isolaram a cabine e amorteceram o impacto da queda. Francesca passou três dias em posição fetal entre as bagagens, que também a protegeram do frio.

Mohammed al-Fatih: A criança de três anos foi a única sobrevivente de um avião que caiu no Sudão em julho 2003 matando 115 pessoas. Al-Fatih sofreu queimaduras graves e perdeu a perna direita. Ele teria sido lançado para fora do avião em chamas e caído em um arbusto.

George Lamson: O menino de 17 anos sobreviveu à explosão do avião em que estava, em janeiro de 1985. Lamson foi jogado para fora do avião, ainda afivelado ao cinto e com o seu assento. Robert Miggins, de 45 anos, chegou a ser resgatado com vida, mas teve queimaduras em mais de 90% do corpo e morreu no hospital. Ao todo, 70 pessoas morreram.

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