O presidente do Egito, Mohamed Mursi, deve se reunir nesta segunda-feira com juízes de alto escalão para tentar aplacar a crise política no país depois que ele ampliou seus poderes e provocou protestos em massa. Os juízes egípcios estão divididos sobre a blindagem política do presidente, e devem se reunir com ele para discutir o assunto.
Mursi disse no domingo que a medida era temporária e não tinha como objetivo concentrar o poder em suas mãos. Ele também reafirmou seu compromisso em envolver ‘todas as forças políticas’ em busca de um acordo sobre a nova Constituição do país.
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O comunicado é uma nova tentativa de Mursi de conter a série de manifestações contra seu governo. Os protestos se intensificaram depois do anúncio das novas medidas políticas, na última quinta-feira, sendo que uma delas impede que decretos e leis do presidente sejam contestados judicialmente. No domingo, um adolescente morreu e 60 pessoas ficaram feridas em confrontos após um protesto na cidade de Damanhour.
A estratégia de Mursi irritou o Clube dos Juízes, uma organização que representa juízes em todo o país, que, por sua vez, convocou no final de semana uma greve nacional contra a medida. No entanto, o Conselho Judicial Superior, a organização superior de juízes no Egito, não rejeitou o decreto, com a justificativa de que este só deve ser usado em ‘questões de soberania’ e pediu aos outros juízes que voltem ao trabalho.
Agora, o ministro de Justiça, Ahmed Mekky, que se mostrou receoso com a ampliação de poderes de Mursi, vai mediar o diálogo entre o presidente e os juízes insatisfeitos. Enquanto isso, Mursi se reunirá com o Conselho Judicial Superior nesta segunda para discutir o assunto.