‘Muitos mais vão morrer’ por cerco de Israel a Gaza, diz ONU
Alarme foi feito quase três semanas após grupo militante palestino Hamas lançar ataque contra Israel, desencadeando um conflito em larga escala
A Organização das Nações Unidas alertou nesta sexta-feira, 27, que “muitos mais vão morrer” em Gaza devido à escassez de ajuda humanitária, equipamentos e suprimentos decorrente do cerco imposto por Israel à região. O alarme foi feito quase três semanas após o grupo militante palestino Hamas lançar um ataque contra Israel, desencadeando um conflito em larga escala.
“As pessoas em Gaza estão morrendo, não estão apenas morrendo devido às bombas e aos ataques, em breve muitas mais morrerão devido às consequências do cerco”, disse Philippe Lazzarini, chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA).
+ Equipe médica e dez caminhões com ajuda humanitária entram em Gaza
Na quarta-feira, a UNRWA alertou que suas operações humanitárias em Gaza poderiam ser encerradas se nenhum combustível fosse entregue ao território. O combustível é necessário para o funcionamento dos hospitais, para bombear e dessalinizar água – um dos únicos meios na região para que ela fique potável – e para manter padarias funcionando. Segundo a agência, os suprimentos estão à beira do esgotamento, e a crise humanitária está piorando.
Israel impediu que novas entregas de combustível cheguem a Gaza, porque acusa o Hamas de interceptar os insumos para uso próprio. Herzi Halevi, chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), havia afirmado anteriormente que o governo permitiria a entrada de combustível no território palestino, mas “não permitiria” que os terroristas se aproveitem disso.
“Os serviços básicos estão desmoronando, os medicamentos estão acabando, os alimentos e a água estão acabando, as ruas de Gaza começaram a transbordar de esgoto”, disse Lazzarini.
Na manhã desta sexta-feira, dez caminhões com ajuda humanitária, além de uma equipe com dez médicos, cruzaram a fronteira da Faixa de Gaza pela passagem de Rafah, disse um funcionário da fronteira palestina à agência de notícias Reuters.
“Na manhã desta sexta-feira, entrou uma delegação médica composta por 10 médicos estrangeiros, além de 10 caminhões que entram na Faixa de Gaza pela passagem terrestre de Rafah, transportando água, alimentos e remédios, elevando o número total de caminhões desde o início da guerra para apenas 84 caminhões”, disse ele. Normalmente, Gaza recebe 455 caminhões de ajuda por dia, segundo as Nações Unidas.