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Muçulmanos de vários países vão às ruas contra queima de Alcorão na Suécia

Manifestações ocorrem um dia após iraquiano ateu ameaçar queimar cópia do livro sagrado islâmico em Estocolmo

Por Da Redação
Atualizado em 25 jul 2023, 18h17 - Publicado em 21 jul 2023, 15h01

Milhares de muçulmanos foram às ruas nesta sexta-feira, 21, após um iraquiano ateu ameaçar queimar uma cópia do Alcorão, livro sagrado islâmico, durante um protesto em Estocolmo, na Suécia, no dia anterior. Na véspera, manifestantes invadiram e ocuparam a embaixada sueca em Bagdá, capital do Iraque, provocando um pequeno incêndio. Ainda na quarta-feira, funcionários da delegação foram retirados do prédio em meio à instabilidade no país.

O iraquiano identificado como Salwan Momika anunciou que atearia fogo ao Alcorão em frente à embaixada do Iraque em Estocolmo. Apesar de não ter cumprido o plano, ele chutou e pisou no livro sagrado, na bandeira iraquiana e em fotos do político xiita Muqtada al-Sadr e do líder supremo do Irã, Ali Khamenei. Não é a primeira vez, no entanto, que Momika agride a fé islâmica. Em junho, ele queimou um exemplar do Alcorão do lado de fora de uma mesquita na Suécia, no dia do principal feriado muçulmano de Eid al-Adha.

Em resposta ao incidente recente, protestos controlados tomaram conta de cidades no Iraque, Líbano e Irã. Em Sadr City, região próxima a Bagdá, muçulmanos queimaram as bandeiras sueca e LGBTQIAPN+ enquanto cantavam “sim, sim ao Alcorão, não, não a Israel”.

Procurando evitar uma situação similar à que foi vista na embaixada, que resultou na prisão temporária de jornalistas da Associated Press e da Reuters, o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, mobilizou forças de segurança para garantir que o protesto permanecesse pacífico.

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+ Iraque expulsa embaixador sueco por novo protesto com queima do Alcorão

Em Beirute, capital libanesa, seguidores do islamismo uniram-se às manifestações organizadas pelo partido político Hezbollah. Assim como em Sadr City, eles portavam cópias do livro, queimaram bandeiras da Suécia e entoavam: “Com nosso sangue protegeremos o Alcorão”. Líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah incentivou os muçulmanos a demandar que seus governos expulsem embaixadores suecos. As relações diplomáticas entre Suécia e Iraque foram cortadas pela profanação da obra religiosa na quinta-feira.

“Convido irmãos e irmãs em todos os bairros e aldeias a comparecerem a todas as mesquitas, carregando seus Alcorões e sentando-se neles, pedindo ao Estado que tome uma posição em relação à Suécia”, discursou.

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Milhares protestaram em Teerã e em outras cidades iranianas. No centro da capital, os adeptos gritavam: “Morte à Suécia americanizada! Morte a Israel! Morte aos inimigos do líder supremo!”. No Afeganistão, o Talibã proibiu a atuação de organizações suecas no país em resposta às ameaças de Momika.

+ ‘Raiva e nojo’: papa condena queima do Alcorão como protesto na Suécia

Importantes figuras políticas também responderam ao desrespeito ao Alcorão. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, escreveu uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas. Ele foi acompanhado pelo premiê paquistanês, Shehbaz Sharif, que solicitou que a Organização de Cooperação Islâmica de 57 nações exerça um “papel histórico em expressar os sentimentos dos muçulmanos e impedir essa demonização”.

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A Suécia, que baniu leis de blasfêmia na década de 1970, permite que expressões públicas que pautem causas religiosas, como as de Momika, sejam realizadas. As autoridades locais acreditam que essa forma de manifestação não fere a ordem pública.

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