Mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra passam de 25 000 pessoas
Informação foi divulgada pelo Hamas; governo de Israel aprova plano para que fundo para palestinos passe a ser administrado por outros países
Desde de 7 de outubro, quando o grupo fundamentalista Hamas atacou o Sul de Israel e fez disparos de mísseis em série contra Tel Aviv dando início à guerra, mais de 25 105 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza – território palestino. A informação foi divulgada neste domingo, 21, pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo extremista. O balanço contabiliza em sua maioria crianças e mulheres vítimas fatais, além de 62 681 feridos. A pasta informou ainda que, só nas últimas 24 horas, foram mortos mais 178 palestinos, em decorrência dos ataques israelenses.
Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza não separam as mortes de civis, que afirmam ser a “grande maioria”, de membros do Hamas e de outros grupos fundamentalistas. Do lado de Israel, ocorreram pelo menos 1 400 mortes, boa parte registrada no início dos conflitos, quando o Hamas invadiu o Sul de Israel, sequestrando e matando moradores e participantes de uma festa rave. Há poucos dias, as Forças de Defesa Israelenses também identificaram um túnel onde cerca de 20 reféns teriam sido mantidos como prisioneiros “em condições duras e desumanas”. O túnel foi achado sob a casa de um dirigente do Hamas em Khan Younis, no sul de Gaza, a uma profundidade de 20 metros.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou Israel por continuar os bombardeios à civis na Faixa de Gaza e classificou o número de mortos desta guerra como “doloroso”. “As operações militares de Israel espalharam destruição em massa e mataram civis em uma escala sem precedentes durante meu mandato. Isso é absolutamente inaceitável”, disse Guterres, durante uma cúpula do G77 em Uganda, alertando que o Oriente Médio é um “barril de pólvora”.
Ainda neste domingo, o conselho de ministros de Israel aprovou um plano para que o fundo para palestinos, atualmente congelado e nas mãos do primeiro-ministro irsaelense Benjamin Netanyahu, passe a ser administrado por terceiros países. Apesar da terceirização da administração do fundo, gerado por meio de impostos recolhidos dentro de Israel pelo Ministério das Finanças, Israel continua reivindicando o direito de decidir quando o dinheiro será transferido para a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que governa a Cisjordânia.
Apesar do avanço nas negociações, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que gerencia o fundo, por sua vez, declarou que quer o dinheiro na íntegra e não aceitará condições. “Qualquer dedução dos nossos direitos financeiros ou condição imposta por Israel que impeça a ANP de pagar ao nosso povo na Faixa de Gaza é rejeitada por nós”, disse Hussein Al-Sheikh, secretário-geral do comité executivo da OLP, na plataforma de redes sociais. Benjamin Netanyahu, também neste domingo, declarou que a decisão de terceirização do fundo teve o apoio da Noruega e dos Estados Unidos, que serão os países que garantirão que o sistema permaneça funcionando.