Buenos Aires, 8 jun (EFE).- A menina de 3 anos cujo caso motivou a sanção da Lei de Morte Digna aprovada em 9 de maio pelo Senado argentino morreu após o respirador que a mantinha com vida ter sido desligado, informou nesta sexta-feira a imprensa local.
Camila Sánchez faleceu ontem no hospital Centro Galego de Buenos Aires por causa de uma parada cardiorrespiratória não traumática, duas horas depois do desligamento do aparelho.
A menina nasceu em 27 de abril de 2009, com uma hipoxia (baixa taxa de oxigênio no sangue) cerebral que a impediu de respirar durante o parto, e entrou em coma apesar das tentativas de reanimação. Aos quatro meses, Camila passou por uma traqueostomia e um implante de um botão gástrico, com o qual permaneceu até ontem.
O caso da menina argentina veio a público em outubro de 2011, quando sua mãe enviou uma carta à presidente argentina, Cristina Kirchner, na qual reivindicava uma mudança na legislação para o reconhecimento do direito à morte digna, e denunciava que sua filha era vítima de uma ‘clara obstinação médica’.
A Lei de Morte Digna, aprovada por unanimidade pelo Senado argentino em maio, consagra o direito dos pacientes – ou seus tutores legais, no caso de menores de idade – que sofrem doenças irreversíveis, incuráveis ou em estágio terminal, de decidir voluntariamente a retirada de aparelhos de suporte da vida. EFE