O ex-chefe militar dos sérvios da Bósnia, Ratko Mladic, tenta se isentar da culpa pelo massacre de Srebrenica, em 1995. Por meio do filho, Darko Mldic, o ex-militar declarou não ter “nada a ver” com a chacina de 8 000 muçulmanos pelas forças sérvias da Bósnia, que ele comandava na época. Darko Mladic fez a afirmação após deixar a unidade de detenção do tribunal sérvio para criminosos de guerra, onde encontrou-se com o pai. Mladic foi preso, na última quinta-feira, em um vilarejo no norte da Sérvia.
Ainda segundo seu filho, Mladic indicou que deu a ordem em Srebrenica “de evacuar em primeiro lugar os feridos, as mulheres e as crianças, e depois os combatentes”. Ratko Mladic insistiu que não participou do massacre e que tudo “pode ter acontecido pelas suas costas”, afirmou.
Procurado – Na guerra da Bósnia, Mladic era o líder do Exército de Radovan Karadzic, preso em 2008, e estava sendo procurado pelo Tribunal de Haia, pelo tribunal de crimes de guerra da ONU e também pelo Tribunal Penal Internacional. Atualmente, Mladic era o homem mais procurado da Europa.
Ele e Karadzic simbolizam a campanha sérvia de “limpeza étnica” de croatas e muçulmanos na região. Depois de viver livre por um tempo em Belgrado, desapareceu quando o ex-presidente ioguslavo Slobodan Milosevic foi preso, em 2001.
A guerra – Entre 1991 e 1995, grupos armados sérvios entraram em guerra contra separatistas eslovenos, croatas e bósnios. Em 1999, os sérvios iniciaram uma “limpeza étnica” na região dos Bálcãs, matando centenas de milhares de pessoas. Na Croácia e na Bósnia isso custou a vida de 250.000 pessoas. No Kosovo, 12.000 albaneses morreram e outros 800.000 foram expulsos do país.
(Com AFP)