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Militares e oposição estabelecem período transitório de 3 anos no Sudão

País é governado por junta militar desde a queda do presidente Omar al Bashir no último dia 11 de abril após 30 anos no cargo

Por EFE 15 Maio 2019, 01h48

A junta militar que governa o Sudão e a plataforma opositora Forças de Liberdade e Mudança afirmaram nesta quarta-feira (data local) que chegaram a um acordo para que o período de transição política no país africano dure três anos e disseram que em menos de 24 horas será anunciado o “acordo final”.

Yasser Atta, membro do Conselho Militar, indicou em entrevista coletiva que estiveram “todos de acordo para um período de transição de três anos” e que “em menos de 24 horas o exército e o povo celebrarão o acordo final”.

Além disso, declarou que os primeiros seis meses do período transitório “serão dedicados a assinar um acordo de paz com os movimentos armados de Darfur, Cordofão do Sul e Nilo Azul”.

Essas três regiões são palco de confrontos armados entre os rebeldes e o exército nacional há anos, embora a violência tenha diminuído recentemente.

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Darfur foi a mais afetada pelos combates, que causaram cerca de 300.000 mortes e obrigaram 2,7 milhões de pessoas a deixar suas comunidades de origem desde 2003, segundo dados da ONU.

Atta disse também que foram estabelecidas todas as prerrogativas para o chamado Conselho Soberano, que governará o Sudão até a convocação de eleições, assim como as dos ministros e as do Poder Legislativo.

Por sua parte, o porta-voz das Forças de Liberdade e Mudança, Madani Abbas, confirmou em entrevista à imprensa que a duração da transição será de três anos e que “em menos de 24 horas anunciarão o acordo final” entre as partes.

Nesse sentido, detalhou que o conselho de ministros terá candidatos das Forças de Liberdade e Mudança e que o Legislativo constará de 300 membros, 67% da plataforma opositora e 33% de outras entidades não incluídas nela.

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As consultas, segundo ressaltou, serão retomadas amanhã, para quando previram o anúncio do acordo final após longas negociações entre as partes para que o poder militar seja repassado aos civis depois que a junta derrubou o presidente Omar al Bashir no último dia 11 de abril após 30 anos no cargo.

Além disso, a oposição declarou que as partes concordaram em formar um comitê de investigação sobre o ocorrido ontem à noite quando um grupo armado atacou a praça do acampamento onde manifestantes se concentram desde o início de abril para exigir a transferência do poder.

Após este incidente se temia que as negociações se prolongassem ou congelassem entre as partes, que atrasaram durante dias o diálogo devido à discussão de alguns assuntos controversos, como a composição deste Conselho Soberano.

Os manifestantes que lideraram as manifestações que começaram em dezembro do ano passado e com as quais pressionaram a derrocada de Al Bashir insistiram nas suas reivindicações pela transferência do poder militar a um civil.

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A junta militar disse, assim que tomou o poder, que estava disposta a governar por dois anos o país de maneira transitória, diante do que a oposição expressou seu temor de que o Sudão voltasse ao regime que tinha governado o país durante três décadas.

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