O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, confirmou nesta sexta-feira, 1, que irá nomear Patricia Bullrich como ministra da Segurança de seu governo. Com o anúncio, ela retorna à pasta que comandou entre 2015 e 2019, durante o governo do ex-presidente Mauricio Macri.
Pouco depois da confirmação, Bullrich, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno e declarou seu apoio ao ultraliberal no segundo, destacou que o governo será “implacável contra o crime”.
“A mudança verdadeira é possível se a lei for aplicada em cada canto do país, de forma igual para todos e sem privilégios”, disse.
Durante a campanha eleitoral, Bullrich se mostrou como a candidata da “lei e da ordem”, defendendo penas mais duras, incluindo para menores de idade.
Novo ministro da Economia
Às vésperas de sua posse, em 10 de dezembro, Milei vem anunciando nomes importantes de seu governo e movimentando as peças do tabuleiro. Na quarta-feira, depois de muita especulação, disse ter escolhido Luis Caputo, um nome ligado à mais moderada centro-direita, para o comando do Ministério da Economia.
O novo ministro terá o enorme desafio de tirar a Argentina do profundo buraco em que se enfiou. A inflação acumulada nos últimos doze meses é de 142%, com expectativa de bater em 200% no início do próximo ano. O dólar passou de 1 000 pesos e a taxa de juros do Banco Central atingiu 133% ao ano.
A crise levou mais de 40% da população para uma vida abaixo da linha de pobreza. Pior situação só se viu em 2001, quando o governo confiscou as contas da população, o famoso “corralito”, levando a uma onda de protestos nas portas dos bancos.