Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

MH370: polícia dispersa ato em homenagem aos 6 meses de acidente

Familiares de vítimas chinesas do desastre aéreo se reuniram em frente a um templo na capital Pequim. As autoridades empurraram jornalistas e mulheres

Por Da Redação
8 set 2014, 17h02

Parentes das vítimas do voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido há exatos seis meses, foram dispersados pela polícia chinesa nesta segunda-feira ao tentar homenagear os mortos com uma passeata em Pequim. O grupo de familiares, formado principalmente por idosos, se reuniu em frente ao templo Lama para rezar pelas 239 pessoas que estavam a bordo do avião. Poucos minutos após o início do ato, no entanto, policiais à paisana ordenaram que os parentes se dispersassem. As autoridades empurraram jornalistas que estavam e arrastaram mulheres pelos punhos. São recorrentes as reclamações dos familiares das vítimas chinesas com a truculência policial em manifestações relacionadas ao MH370.

Leia também:

Australiana perde parentes nos dois desastres da Malaysia Airlines

MH370: Familiares posam com objetos que são lembranças das vítimas

Malaysia Airlines cancela promoção de “países para visitar antes de morrer”

Continua após a publicidade

A aeronave malaia desapareceu dos radares quando fazia o trajeto de Kuala Lumpur a Pequim. Passados seis meses do ocorrido, as equipes de resgate ainda não conseguiram localizar os destroços nem determinar o que aconteceu com o avião. “A Malaysia Airlines e o governo malaio estão enganando as pessoas – e enquanto o mundo inteiro assiste, ninguém nos dirá nada”, disse Dai Shuquin, um homem de 61 anos que perdeu a irmã na tragédia. “Não sabemos se o presidente chinês Xi Jinping sabe de alguma coisa ou não, mas se souber, nós esperamos que ele nos diga algo”, acrescentou o cidadão chinês. Muitas das mulheres choravam na passeata e pediam para que os familiares “voltassem para a casa”.

Parentes das vítimas do MH370 têm denunciado nos últimos meses o esforço das autoridades chinesas para criminalizar as manifestações por informações relacionadas às investigações do desastre aéreo – sob a ditadura do Partido Comunista, a China não garante à população liberdade de expressão. Em julho, trinta familiares, incluindo duas crianças pequenas, foram presos em uma central da Malaysia Airlines. Pelo menos duas pessoas foram espancadas pela polícia durante o período em que estiveram detidas, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

Leia mais:

Piloto do voo MH370 planejou rota para ilha em simulador

MH370: telefonema traz nova pista sobre avião desaparecido

“Ficamos tristes com a forma como eles estão nos tratando, porque não fizemos nada ilegal”, disse Bian Liangwei, um rapaz de 26 anos cujo irmão estava no avião desaparecido. Bian afirmou que sua família escreveu cartas pedindo mais informações sobre o MH370 para os governos da Malásia e China, para a companhia Malaysia Airlines e até para a ONU. Advogados chineses se recusam a ajudar os parentes das vítimas devido a “problemas com a lei internacional”, enquanto jornalistas locais foram proibidos de escrever reportagens extensas sobre o desastre aéreo. Segundo Bian, a Malaysia ofereceu aproximadamente 110.000 reais em compensação para cada família, mas a maioria recusou o pagamento. “Só queremos nossos parentes de volta. Sem provas de que eles estão mortos, nós só podemos presumir que eles estão vivos”, declarou.

Embora especialistas tenham concluído que o MH370 se acidentou em uma remota região do Oceano Índico, nenhum vestígio do avião foi encontrado até o momento. As primeiras operações de resgate chegaram a mobilizar 26 países e foram orçadas em centenas de milhões de dólares. Uma nova etapa de buscas, coordenada por empresas privadas, está prevista para começar no fim deste mês. As investigações esperam encontrar partes da fuselagem da aeronave para determinar os motivos que a deslocaram de seu trajeto original. No entanto, mesmo que destroços sejam encontrados em breve, analistas têm dúvidas quanto as informações que eles poderão transmitir depois de tanto tempo expostos à pressão oceânica.

Continua após a publicidade
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.