Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

México tem semana violenta com ataques de cartéis

Confronto entre policiais e criminosos deixa mais de uma dúzia de mortos e gera críticas sobre política de segurança do governo

Por Camille Mello
18 ago 2022, 10h57

Uma série de ataques de membros de cartéis do México deixou mais de uma dúzia de pessoas mortas em tiroteios nas cidades centrais do país.

+ ‘Mad Max’: civis armados perseguem militares em caminhonetes no México

A onda de violência começou na terça-feira 9, quando as forças de segurança tentaram prender Ricardo Ruíz Velasco, líder do grupo de crime organizado mais notório do país, o Jalisco New Generation Cartel.

Integrantes da facção reagiram à operação policial incendiando ônibus, carros e dezenas de lojas de conveniência nas cidades de Guadalajara, Guanajuato e León.

Continua após a publicidade

Dois dias depois, outro incidente ocorreu em uma prisão em Ciudad Juárez, na fronteira com os Estados Unidos, quando gângsteres rivais entraram em confronto.

+ ‘Túnel sofisticado’ do narcotráfico é descoberto na fronteira EUA-México

A violência, aparentemente sem relação com os estragos em Jalisco e Guanajuato, logo se espalhou para além dos muros da prisão e um tiroteio entre homens armados do cartel e policiais atingiu civis pelas ruas da cidade.

Continua após a publicidade

No dia seguinte, Tijuana, outra área fronteiriça a cerca de 32 quilômetros de San Diego, se viu no centro do conflito, com transeuntes correndo para tentar escapar dos ataques de bandidos, que ergueram bloqueios nas estradas e queimaram dezenas de veículos.

“Eles estão literalmente incendiando nosso país”, tuitou o editor do jornal local Noroeste, Adrián López, que disse que o ataque direto a civis era sem precedentes.

https://twitter.com/AdrianLopezMX/status/1558312406207451137?s=20&t=-lFws6JWsMZIQzoY9nIaHQ

Continua após a publicidade

A escalada de terror no país levantou novas questões sobre as políticas de segurança do nacionalista presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.

O chefe de Estado, que foi eleito em 2018 prometendo “pacificar” sua nação conturbada com uma política controversa de “abraços, não balas”, afirmou que os ataques sugeriam que esses esforços estavam tendo sucesso.

+ “Abraços e não balaços”: política mexicana resultou em mais violência

Continua após a publicidade

“Quero dizer ao povo do México que mantenha a calma”, disse López Obrador em comunicado, classificando os ataques como “propaganda” dos cartéis, que estariam tentando “projetar uma falsa sensação de poder”.

Opositores do governo atribuíram a semana caótica à incapacidade das forças de segurança de responderem aos grupos fortemente armados.

O especialista em segurança Óscar Balderas, consultado pelo jornal britânico The Guardian, disse que longe de ser um evento isolado, a série de incidentes é o resultado de uma estratégia mal concebida ainda baseada em capturar líderes de cartéis sem atingir as finanças ou bens de seus grupos.

Continua após a publicidade

“Ao invés de simplesmente prender os chefes das organizações criminosas, as operações policiais precisam fechar contas bancárias, apreender propriedades e confiscar armas, sobretudo as de alto calibre, que só o exército pode usar”, analisou o especialista.

O secretário de Defesa do México, Luis Cresencio Sandoval, defendeu as táticas de seu governo, chamando os ataques de uma contra-ofensiva contra a crescente pressão do governo, incluindo o envio de centenas de membros da guarda nacional e uma série de grandes operações e prisões.

+ O narco dos narcos: a prisão do monstro “revolucionário” Caro Quintero

O governo de López Obrador fez algumas apreensões significativas em sua cruzada anticartel, mas essas operações nem sempre ocorreram como planejado.

Em outubro de 2019, o filho de Joaquín “El Chapo” Guzmán foi detido brevemente em Culiacán, mas depois libertado por ordem do presidente depois que homens armados do cartel paralisaram a cidade com uma onda de ataques.

De forma semelhante, os combates que desencadearam a recente semana de violência no México ocorreram quando as autoridades tentaram prender o fundador do cartel de Jalisco.

Para analistas, esses resultados destacaram a falta de inteligência operacional e vontade política quando se trata de combater o crime organizado no México.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.