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Mesa gigante de Putin volta à cena com chanceler da Alemanha

Encontro se dá em meio às tensões na região envolvendo possível invasão à Ucrânia, apesar do anúncio da retirada parcial de tropas russas das fronteiras

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 fev 2022, 10h55 - Publicado em 15 fev 2022, 10h51

Dias depois de a internet ir à loucura com fotos (e memes) da imponente mesa branca de quase seis metros que separava o presidente russo, Vladimir Putin, do presidente francês, Emmanuel Macron, outro líder participou do que já virou uma espécie de ritual. Nesta terça-feira, 15, foi a vez do chanceler alemão, Olaf Scholz.

Assim como o presidente francês, Scholz se recusou a fazer o exame PCR para detecção do coronavírus oferecido pelo Kremlin, preferindo realizá-lo com um médico alemão na embaixada de seu país na Rússia.

O encontro desta terça-feira se dá em meio às tensões na região envolvendo uma possível invasão da Rússia à Ucrânia, apesar do anúncio da retirada parcial de tropas russas das fronteiras. Na segunda-feira, Scholz se encontrou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e declarou que a Alemanha e seus aliados estão preparados para um “diálogo sério” com Moscou, além de medidas claras do governo russo para diminuir as chances de um conflito.

Em cúpula na semana passada, com presença do presidente americano, Joe Biden, Scholz se mostrou favorável a adoção de sanções “imediatas e severas” caso houvesse uma ofensiva militar. Antes, em encontro bilateral entre Biden e Scholz, já havia sido levantada a possibilidade de usar o Nord Stream 2, um duto de gás natural de 11 bilhões dólares que está sendo construído entre a Alemanha e a Rússia, como uma ferramenta coercitiva.

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No caso do encontro na Rússia, tudo indica que a opção de Scholz é similar à de Macron. Na ocasião da visita do presente francês, o governo russo confirmou que os franceses não estavam dispostos a cumprir os protocolos de teste da Covid-19, que levariam a um ambiente mais íntimo entre os líderes.

“Isso se deve ao fato de alguns líderes seguirem suas próprias regras e não interagirem com o lado anfitrião no compartilhamento de testes”, disse o porta-voz da Presidência, Dmitry Peskov. “Tratamos isso com compreensão, esta é uma prática global normal, mas, neste caso, há um protocolo de medidas adicionais para proteger a saúde de nosso presidente e também de nossos convidados, aplicando-se uma distância maior”. 

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Por conta do avanço da variante ômicron no país, que registrou  cerca de 160.000 casos e mais de 700 mortes na última quarta-feira, todos os envolvidos com visitas ao Kremlin passam por testes diários. Jornalistas que participam da cobertura de reuniões, por exemplo, precisam apresentar testes negativos e fazer um teste rápido no dia da visita. 

Segundo imagens divulgadas pelo Kremlin, Scholz entrou por uma porta diferente na sala do Grande Palácio e não se aproximou para cumprimentar Putin, cumprindo um distanciamento social. Outras autoridades que visitaram Putin recentemente, como o argentino Alberto Fernández e o cazaque Kassim-Jumart Tokaiev foram recebidos com mais proximidade por Putin, o que indica que podem ter feito o exame do Kremlin.

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