A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, desistiu de um plano para impor medidas mais restritivas para combater a Covid-19 no feriado da Páscoa em seu país. Em um pronunciamento nesta quarta-feira, 24, a governante pediu desculpas aos seus cidadãos depois que a proposta de quarentena foi criticada.
Merkel que “a ideia de uma paralisação na Páscoa foi traçada com a melhor das intenções”, mas que não foi possível implementar as medidas em um prazo tão curto. “O erro é só meu”, disse ela.
A chanceler e os governantes dos 16 estados da Alemanha anunciaram, na terça-feira 23, uma quarentena restritiva de cinco dias na próxima semana para conter a grande presença no país da variante identificada no Reino Unido que é mais infecciosa. O plano determinava que maioria do comércio ficasse fechada e os serviços religiosos fossem cancelados. Merkel ainda decretou a quinta-feira antes da Páscoa e a segunda-feira seguinte como feriados.
As medidas, porém, foram recebidas com muitas críticas. Algumas igrejas, em particular, recusaram a sugestão do governo de realizar os serviços religiosos de modo virtual durante a Páscoa. Especialistas afirmaram ainda que um confinamento de cinco dias, durante um feriado, não era suficiente para ter um efeito significativo no aumento de casos.
Ainda segundo o jornal diário Tagesspiegel, a ideia de criar dois novos dias de feriado esbarrou em questões legais que não tinham sido previstas. Empresas levantaram também questões em relação à logística de entregas que estavam já previstas para esses dias.
As taxas de contágio do novo coronavírus aumentaram muito no último mês na Alemanha, logo após um relaxamento em fevereiro. A média móvel de sete dias é de mais de 100 casos para cada 100.000 habitantes há pelo menos três dias.