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May tenta bloquear alternativa do Parlamento a seu acordo para o Brexit

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, adverte que a paciência de Bruxelas com o Reino Unido está se 'esgotando'

Por Da Redação
Atualizado em 1 abr 2019, 14h07 - Publicado em 1 abr 2019, 14h00
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  • A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai comandar o boicote dos parlamentares de seu próprio partido às propostas alternativas a seu acordo com a União Europeia sobre o Brexit. A iniciativa tem o objetivo de forçar o Parlamento a aceitar seu acerto, quando submetido pela quarta vez a votação.

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    Nas três votações anteriores, a maioria na Câmara dos Comuns o rejeitou – na última delas, na sexta-feira 29, por 286 votos a favor e 344 contra. Na ocasião, a primeira-ministra demonstrou uma aparente isenção em relação às futuras decisões do Parlamento.

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    May afirmou que iria apenas se “envolver construtivamente” nos futuros votos indicativos, comandados por um grupo pluripartidário de parlamentares, liderados pelo ex-ministro conservador Oliver Letwin. Mas fontes de Downing Street afirmaram ao jornal The Guardian que os parlamentares governistas, fortemente divididos, estão sendo pressionados pela primeira-ministra a se absterem.

    May também exige deles que se oponham à moção que propõe o controle total da Câmara dos Comuns sobre a agenda do Brexit. A manobra da líder britânica tem o propósito de de forçar o Parlamento a uma quarta votação de seu acordo até o dia 12, quando termina o prazo dado por Bruxelas. Se não houver um acerto aprovado, o Reino Unido deixará o bloco de maneira brusca.

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    Em uma entrevista à BBC, o líder do Partido Conservador, Julian Smith, criticou a postura de May. Smith afirmou que o atual gabinete é o “mais indisciplinado a ocupar o poder na história da política britânica.”

    “Deixarei para os historiadores a tarefa de fazer julgamentos sobre a história”, defendeu o porta-voz da primeira-ministra, em resposta ao comentário de Smith.

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    Nesta segunda-feira, 1º, os deputados britânicos devem discutir as opções para o chamado “soft Brexit”, um divórcio menos radical da União Europeia. Entre as propostas em votação estão a criação de uma união aduaneira remodelada entre os dois lados e a organização de um novo referendo sobre os termos da saída do Reino Unido. Na semana passada, as oito emendas alternativas postas em votação foram recusadas.

    Se os parlamentares apoiarem a manutenção das relações comerciais do Reino Unido com a União Europeia, May deve enfrentar o dilema de abraçar ou não a decisão. Em ocasiões anteriores, ela se opôs à permanência do Reino Unido em uma união aduaneira e defendeu uma política econômica autônoma do governo britânico.

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    Paciência no limite

    O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou no domingo 31 que a União Europeia tem “muita paciência” com os britânicos em relação à questão do Brexit, mas avisou ela está se “esgotando.”

    “Tivemos muita paciência com nossos amigos britânicos, mas a paciência está se esgotando. Eu gostaria que dentro de algumas horas ou de alguns dias o Reino Unido chegue a um acordo sobre os passos a seguir”, declarou Juncker durante uma transmissão na emissora pública italiana Rai 1.

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    “Até agora, sabemos para que medidas o Parlamento britânico diz não. Mas não sabemos para o que diz sim”, acrescentou.

    Sobre a possibilidade de um novo referendo, que já é apoiado por 6 milhões de britânicos em um abaixo-assinado virtual, Juncker considerou que essa questão “diz respeito exclusivamente aos britânicos.”

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    Aos líderes da União Europeia, ainda na sexta-feira 29, May assegurou que continuará a “advogar por um Brexit ordenado” mas reconheceu a necessidade de chegar a um acordo sobre um “caminho alternativo.”

    O dia 29 foi o prazo original para o início do Brexit, apoiado por 52% dos eleitores britânicos no referendo de 2016. Se nenhum plano for aprovado pelo Parlamento e endossado pela União Europeia até o dia 12 de abril, a nova data marcada para o Brexit, uma saída sem acordo se torna o cenário mais provável, advertiu a primeira-ministra.

    Uma alternativa para evitar a saída abrupta seria a renuncia de May que, em princípio, permitiria ao novo governo britânico negociar um adiamento mais longo. Mas isso forçaria o Reino Unido a participar das eleições para o Parlamento Europeu no final de maio. Uma nova reunião extraordinária da União Europeia foi convocada para o próximo dia 10 de abril para tratar do cenário.

    De acordo com o tabloide britânico The Sun, 170 deputados conservadores, incluindo uma dúzia de ministros, escreveram a May exigindo que o Reino Unido não peça uma extensão de prazo e evite assim a participação nas eleições europeias, para não complicar ainda mais a situação política.

    (com AFP)

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