A Marinha da Argentina descartou mais um ‘alarme falso’ que poderia apontar a localização do ARA San Juan, submarino tripulado por 44 militares e que desde a última quarta-feira perdeu o contato com as bases de controle do continente. Uma nova peça encontrada, assim como uma suposta “mancha de calor” situada a 70 metros de profundidade nas áreas de busca, “não apresentaram resultados favoráveis” sobre o paradeiro da embarcação, informaram em comunicado os militares nesta quarta-feira.
“Não há rastros, nenhum tipo de contato detectado, nem indícios”, declarou o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, sobre o submarino no Atlântico. O militar destacou o fato de, caso o submarino esteja submerso desde seu desaparecimento há sete dias, “estamos em uma fase crítica de oxigênio”.
Caso a embarcação esteja sem condições de emergir, o estoque de oxigênio disponível seria suficiente para manter a tripulação viva por até sete dias — nesta hipótese, não restaria mais oxigênio para os tripulantes, entre eles, a primeira oficial submarinista da América do Sul. Agravando ainda mais a situação, a Marinha argentina prevê que as condições meteorológicas “irão piorar” nesta quinta-feira.
Os militares divulgaram que o navio norueguês Skandi Patagonia, equipado com quatro submarinos autônomos não-tripulados da Marinha americana que serão utilizados para auxiliar nas buscas do ARA San Juan, chegaria nesta tarde à área de operações. A embarcação carrega uma cápsula capaz de alcançar uma profundidade de até 260 metros, que pode ser acoplada à escotilha do submarino para ser usada no resgate dos tripulantes.
Outra frente de operações pode começar com o auxílio da Rússia. De acordo com o jornal argentino La Nación, o presidente russo Vladimir Putin conversou por 20 minutos com seu par argentino, Mauricio Macri, e se dispôs a colaborar com as buscas do ARA San Juan. O gabinete da presidência da Argentina confirmou a ligação, mas não deu detalhes e nem prazos sobre a possível ajuda de Moscou nas operações referentes à embarcação desaparecida.
Ao todo, dez países participam das operações de busca pelo submarino – entre eles o Brasil, que enviou à Argentina dois aviões e três embarcações, Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha. Especialistas consultados pelo La Nación indicam que a zona marítima onde o veículo aquático pode ter desaparecido tem cerca de 700 metros de profundidade.