A dissolução do Congresso peruano anunciada nesta segunda-feira pelo presidente do Peru, Martín Vizcarra, foi recebida com manifestações de apoio em várias cidades do país. Pouco depois, uma votação do Parlamento suspendeu seu mandato por um ano e sua vice, Mercedes Araoz, tomou posse.
As primeiras mobilizações de organizações civis, políticas e juvenis se concentraram na Praça San Martín, no centro histórico de Lima, e se deslocaram para o Palácio Legislativo.
As bandeiras nacionais, cartazes que reivindicavam o “fechamento do Congresso” e bandeiras do partido esquerdista Novo Peru foram levados pelos manifestantes que concordaram com a decisão de Vizcarra. A polícia tentava impedir o acesso de centenas de manifestantes ao Congresso.
Na cidade andina de Arequipa, 1.030 quilômetros ao sul de Lima, diversos grupos políticos, agricultores e moradores locais caminharam pelo centro para celebrar o fechamento do Congresso com cartazes com os quais argumentavam que o Legislativo não os representa.
Da mesma forma, a população se mobilizou nas cidades de Cusco, Huancayo, Huaraz, Chimbote, Tacna, Puno e Moquegua, a região natal de Vizcarra, que estendeu uma enorme bandeira do Peru em uma das ruas principais para apoiar a medida presidencial.
“Fecharam o Congresso, triunfo popular”, gritavam os manifestantes nas ruas em Chimbote, ao norte de Lima, também com várias bandeiras peruanas.
A decisão de Vizcarra veio após o Congresso o desafiar e elegendo um novo membro do Tribunal Constitucional sem discutir a moção de confiança apresentada pelo governo para tentar impedir o processo.
O presidente afirmou que o fechamento do Parlamento “está dentro das faculdades contidas” na Constituição e “busca procura dar um fim a esta etapa de travamento político que impediu que o país crescesse no ritmo de suas possibilidades”.