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Manafort se declara culpado e irá cooperar com investigação sobre Rússia

Ex-chefe de campanha de Trump concordou em confessar crime de conspiração contra os Estados Unidos e de obstrução de Justiça

Por Da Redação
Atualizado em 14 set 2018, 15h49 - Publicado em 14 set 2018, 13h31

O ex-chefe da campanha à Presidência de Donald Trump, Paul Manafort, chegou nesta sexta-feira (14) a um acordo com a Justiça dos Estados Unidos e irá cooperar com as investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016.

Segundo autos do Tribunal Distrital de Columbia, Manafort admitirá ser culpado pelo crime de conspiração contra os Estados Unidos e por obstrução de Justiça ao tentar influenciar testemunhas relevantes em seu caso.

Os advogados do ex-chefe de campanha de Trump insistiram em diversas ocasiões que Manafort não cooperaria com as investigações comandadas pelo procurador especial Robert Mueller, porque ele não possuía informações que poderiam incriminar o presidente.

Contudo, o promotor Andrew Weissmann, que participa do caso de Manfort, afirmou à imprensa americana nesta sexta que ele concordou em cooperar com os investigadores.

As acusações contra Manafort estão relacionadas ao seu trabalho de consultoria na Ucrânia, e não à interferência russa, que é a questão central na investigação de Mueller.

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Manafort foi condenado no mês passado por um tribunal federal na Virgínia por não reportar às autoridades tributárias mais de 16 milhões de dólares em ganhos por consultoria política na Ucrânia no início dos anos 2010.

Ele já está sujeito a pena de oito a dez anos de prisão. Um segundo julgamento, em Washington, pode acarretar pena adicional ainda relacionada aos trabalhos dele na Ucrânia.

Segundo os documentos divulgados pela Corte americana que julga o caso do ex-assessor, Manafort também deve testemunhar sobre as fraudes tributárias que cometeu, como parte do acordo firmado nesta sexta.

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Ao que tudo indica, ele deve explicar como utilizou uma série de contas no exterior para burlar a Receita Federal dos Estados Unidos e deixar de pagar mais de 15 milhões de dólares em impostos.

Logo após a divulgação das informações sobre o acordo feito por Manafort, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, divulgou um comunicado afirmando que os eventos de hoje “não têm absolutamente nada a ver com o presidente ou sua vitoriosa campanha presidencial de 2016”. “É totalmente não relacionado”, afirmou.

O chefe da campanha de Trump está preso desde 15 de junho, quando a juíza federal Amy Berman Jackson considerou que ele não poderia mais aguardar seu julgamento em liberdade — benefício pelo qual havia pago 10 milhões de dólares em fiança. A gota d´água foi a prova de que Manafort havia se valido de um telefone celular para falar inadequadamente e enviar mensagens a testemunhas de seu julgamento.

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Além de Manafort, outros cinco colaboradores diretos da campanha de Trump para a Casa Branca se consideraram culpados por diferentes crimes — especialmente os de mentir para investigadores e de fraudes — diante de tribunais nos Estados Unidos. Todos foram condenados.

Além de Manafort, o ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, também fez um acordo de delação premiada com a Justiça dos Estados Unidos. Ele admitiu ter recebido ordens do presidente para efetuar pagamentos para silenciar a atriz pornô Stormy Daniels e outras mulheres com as quais o republicano tinha se relacionado antes das eleições. Essa missão teve o objetivo de evitar estragos maiores na campanha do republicano pela Casa Branca, em 2016.

Cohen também se declarou culpado por desrespeitar a lei de financiamento de campanha eleitoral e outros delitos. Seu advogado, Lanny Davis, chegou a afirmar em uma entrevista logo após o acordo de delação que seu cliente tem informações “que devem ser de interesse” para a investigação de Robert Mueller sobre a suposta conspiração russa.

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