Horas antes do encerramento do referendo no qual os habitantes das Ilhas Malvinas devem responder se desejam continuar a fazer parte do Reino Unido, o governo da Grã-Bretanha pediu à Argentina que respeite o resultado da votação. “Os argentinos devem respeitar o princípio de autodeterminação, e o maior exemplo de autodeterminação é o fato de os habitantes poderem se expressar por meio de um referendo”, disse o primeiro-ministro britânico David Cameron. As informações são do jornal argentino La Nación.
Em conformidade com Cameron, o deputado Richard Ottaway, presidente do Comitê parlamentar do Exterior, disse que a autodeterminação dos povos é um direito humano fundamental em todo o planeta. “O resultado deste voto deve ser respeitado por todos”, disse.
O referendo começou no domingo e será encerrado nesta segunda-feira. Após o primeiro dia de votação, quase 70% dos 1652 habitantes com direto a voto já haviam participado.
Segundo o La Nación, desde o início da votação a população das Ilhas tem se manifestado a favor do Reino Unido, inclusive ostentando símbolos britânicos pelas ruas, e criticado a Argentina. Nesta segunda-feira, os kelpers, como são chamados, também se pronunciaram por meio de uma conta no Twitter: “Em 1982, os a Argentina perdeu a guerra militar. Hoje, a Argentina perderá a guerra diplomática”.
Teritório em disputa – No referendo, os cidadãos devem responder se desejam ou não que as Ilhas Malvinas conservem seu status político atual como um território ultramarino do Reino Unido. O governo britânico espera que o “sim” vença com 100% dos votos, o que poderia desencorajar a Argentina em sua tentativa de retomar o território.
A votação, no entanto, é duramente questionada pelo governo de Cristina Kirchner, que insiste que não faz sentido perguntar a cidadãos ingleses se querem continuar sendo ingleses. O governo Kirchner passou a reclamar a soberania sobre as ilhas com mais vigor após o aniversário de 30 anos da Guerra das Malvinas, em abril do ano passado. Em mais um sinal de acirramento da disputa, o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, disse recentemente que a Argentina conseguirá recuperar as ilhas em menos de 20 anos.