Mais de 700 crianças que foram separadas dos seus pais nos Estados Unidos não foram entregues às suas famílias antes desta quinta-feira (26), prazo limite estipulado pela Justiça Federal americana. Pais e filhos foram separados ao tentar entrar ilegalmente no país.
O Departamento de Justiça apontou em um documento ao tribunal de San Diego que, até esta manhã, 1.820 crianças saíram dos centros em que se encontravam, sendo que 1.420 delas foram reunidas com seus pais em instalações da polícia migratória e 378 entregues a outros familiares ou representantes que não são seus pais.
O documento detalha, ainda, que 20 crianças do total de jovens entre 5 e 17 anos que tentaram entrar no país nunca foram separadas dos adultos que as acompanhavam.
Por outro lado, no caso de outras 711 crianças, o governo americano assinalou que os adultos com que eram associadas “não eram elegíveis para reunificação” ou já haviam sido deportados.
O governo disse, assim, que cumpriu o prazo colocado pela Justiça, pois no caso das famílias não reunificadas não puderam ser confirmados os laços familiares, os pais têm antecedentes penais ou não puderam ser encontrados.
As polêmicas separações começaram em maio, no âmbito da política de “tolerância zero” de Donald Trump, quando os migrantes que entravam no país pela fronteira sul, ilegalmente ou pedindo asilo, eram detidos e processados em massa. Consequentemente, milhares de crianças foram separadas dos pais ou tutores e enviados a albergues em todo o território americano.
O governo de Trump anunciou o fim desta política após aplicá-la por seis semanas, permitindo a reunião de centenas de famílias.
No entanto, o ritmo tem sido lento, pois pais e menores ficaram detidos em diferentes partes do país – às vezes, a milhares de quilômetros de distância – e alguns adultos foram deportados sem seus filhos.
A secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen, disse na terça-feira (24) que o governo busca “reunir todas as famílias elegíveis”.
Em declarações à emissora Fox News, Nielsen disse que sua pasta monitora a situação de perto, trabalhando em parceria com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, que opera refúgios em todo o país aonde as crianças (alguns bebês) foram enviados.
(Com AFP)