Mais de 120 mil pessoas já fugiram da Ucrânia e número continua crescendo
De acordo com a ONU, se a situação se deteriorar ainda mais 4 milhões de refugiados vão abandonar o país; Polônia é o principal destino

À medida que as tropas russas avançam pela Ucrânia, refugiados buscam segurança em países vizinhos. Neste sábado, 26, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados afirmou que mais de 120 mil pessoas já atravessaram as fronteiras ucranianas, e o número estava aumentando principalmente após a chegada dos militares invasores nos arredores da capital Kiev.
As forças russas intensificaram os ataques à cidade neste sábado, mas a capital ucraniana segue resistindo. O presidente do país, Volodymr Zelensky, assegurou em pronunciamentos que Kiev segue sob controle do governo da Ucrânia.
A Polônia é o principal destino dos refugiados ucranianos. O governo polonês afirmou que mais de 100 mil ucranianos já haviam sido recebidos apenas nas últimas 48 horas. Na fronteira de Medyka, a fila de carros aguardando para atravessar tinha mais de 15 quilômetros. As autoridades haviam declarado abertas as fronteiras mesmo para quem não tem um passaporte válido e abriram mão da exigência de testes de Covid-19 negativos. Trens também foram enviados para buscar feridos.
Nos últimos anos, especialmente após a anexação da Crimeia pelo governo russo, em 2014, mais de dois milhões de ucranianos se mudaram para a Polônia em busca de segurança e de oportunidades de emprego. A economia polonesa tem crescido há anos, mesmo durante a pandemia. Na contramão do que acontece em outros países da Europa, a Polônia tem as menores taxas de desemprego do continente.
Mas o país não é o único destino dos refugiados. Algumas pessoas tem atravessado a fronteira para a Hungria, Romênia, Moldávia e até Belarus, país por onde parte das tropas russas entraram na Ucrânia. Outros pretendem continuar avançando pela Europa com destino a outros países ainda mais afastados. De acordo com as Nações Unidas, se a situação continuar se deteriorando até 4 milhões de ucranianos, cerca de 10% da população, podem abandonar o país.
Mulheres, crianças e idosos compõem a maior parte dos refugiados. O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy decretou que homens na faixa dos 18 a 60 anos estão impedidos de cruzar as fronteiras e devem ajudar na resistência.