Mais de cem mil pessoas foram às ruas, neste domingo, na Geórgia para protestar contra o presidente do país, Mikhail Saakashvili, a poucos meses do início da campanha para as eleições parlamentares de outubro. ‘Sabemos com quem estamos lidando, um homem muito covarde’, afirmou o multimilionário Bidzin Ivanishvili, novo líder da oposição georgiana, segundo a imprensa local.
Ivanishvili, fundador do partido Sonho Georgiano, que conseguiu unificar quase toda a oposição, ressaltou que ‘a irresponsabilidade das autoridades pôs sob ameaça a própria sobrevivência da Geórgia’. ‘Nosso país está à beira da perdição, o país pode desaparecer e não podemos continuar assim. Daí minha decisão de entrar na política. Isso não é um desejo, é meu dever’, disse.
Os opositores, que levavam cartazes pedindo que Mikhail saia do poder, contaram com o apoio de músicos e outras personalidades locais, como Kakha Kaladze, ex-jogador do Milan. ‘Começamos a luta pela justiça e a unificação da Geórgia, para que nosso país seja membro de pleno direito da União Europeia, da Otan e de outras organizações internacionais’, disse Ivanishvili.
O líder opositor afirmou também que até as eleições legislativas de outubro se propõe a ‘unir em um mesmo punho todo o país’. O parlamento georgiano abriu o caminho para que ele possa se apresentar como candidato à presidência nas eleições. Isso porque foi dado o direito de participar do pleito os cidadãos da União Europeia nascidos na Geórgia e que permaneceram pelo menos durante os últimos cinco anos em território georgiano, segundo uma emenda à Constituição aprovada pelo Parlamento. Até agora, Ivanishvili, cuja fortuna pessoal é estimada em US$ 5,5 bilhões, não pode liderar seu próprio partido, já que Saakashvili o privou da cidadania georgiana em 2011 por decreto presidencial. Ele fez isso quatro dias depois de Ivanishvili ter anunciado seu apoio à oposição.
Ivanishvili defende a normalização das relações com a Rússia, que reconheceu a independência das regiões georgianas separatistas e pró-Moscou de Abkházia e Ossétia do Sul, e rejeita as acusações de que seu partido seja um projeto do Kremlin pelo fato de o magnata ter muitos negócios com aquele país. Todas as pesquisas indicam que o novo partido será o grande rival do Movimento Nacional Unido, liderado por Saakashvili, nas eleições legislativas de outubro.
(Com informações da EFE)