O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, demitiu, nesta segunda-feira 1º, o general Luis Motta Domínguez do cargo de ministro de Energia Elétrica e nomeou como substituto o engenheiro Igor Gaviria.
A mudança ocorre em meio à crise dos blecautes registrados no país nas últimas semanas. Em discurso transmitido por rede nacional de rádio e televisão, Maduro explicou que o novo ministro é formado em Engenharia Elétrica, tem 25 anos de experiência na indústria e também presidirá a estatal Corporação Elétrica (Corpoelec).
“Quero agradecer ao companheiro Motta Domínguez. Foram quatro anos de guerra incessante à frente do Ministério de Energia Elétrica e da Corpoelec. Pedi a ele que descanse um tempo, que se prepare para outras responsabilidades no campo da revolução”, disse Maduro.
Gaviria será o primeiro civil nomeado por Maduro para o Ministério de Energia Elétrica. Antes de Motta, o cargo foi ocupado pelo ex-militar Jesse Chacón.
Gaviria assume o comando do Ministério de Energia Elétrica um dia depois de Maduro iniciar um plano de racionamento no país. O líder chavista disse que esta é uma “nova etapa na guerra elétrica”.
Além disso, o presidente venezuelano nomeou Freddy Brito como ministro de Ciência e Tecnologia, pasta que volta a ter status ministerial, e criou a Secretaria Executiva do Estado-Maior Elétrico, que ficará sob a responsabilidade do ministro de Interior e Justiça, Néstor Reverol.
“O órgão deve funcionar ao longo das 24 horas do dia, em coordenação e ação permanente”, explicou o líder chavista.
Maduro também anunciou a volta das atividades escolares no país na próxima quarta-feira. As escolas estão fechadas no país desde o dia 25 de março, quando a Venezuela voltou a sofrer com a falta de luz provocada pelos blecautes que seguem sem solução.
O líder do regime chavista pediu que os venezuelanos expliquem às crianças o “ataque terrorista que elas estão sofrendo”.
O governo de Maduro responsabiliza a oposição venezuelana e os Estados Unidos pelos blecautes, dizendo que o sistema elétrico do país está sendo alvo de ataques eletromagnéticos, mecânicos, com uso de fuzis de longa distância e de incêndios.
Os críticos do chavismo, por outro lado, culpam o governo e a Corpoelec pelos apagões que começaram há uma década e vêm se tornando mais frequentes, especialmente em regiões distantes de Caracas, a capital do país.