O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu nesta quarta-feira 8 que a pandemia do novo coronavírus chegou ao país com mais força, depois que mais quatro mortes por Covid-19 foram confirmadas nas últimas 24 horas, elevando o total, conforme dados oficiais, a 75.
“Estamos enfrentando uma tremenda pandemia no mundo. Na Venezuela, é o começo da pandemia, é o verdadeiro surto. Antes, tínhamos visto a chegada da pandemia, agora estamos vendo o verdadeiro surto”, declarou Maduro durante uma reunião por videoconferência com a equipe governamental encarregada de deter o vírus SARS-CoV-2.
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Clique e AssineEntre as quatro vítimas das últimas 24 horas, estava uma mulher de 77 anos no estado ocidental de Lara, que foi infectada pelo contato com familiares que estavam no Equador e entraram no país ilegalmente, de acordo com o vice-presidente executivo, Delcy Rodríguez.
Também morreram duas pessoas no estado de Táchira, que abriga o principal posto fronteiriço com a Colômbia, ambas com 58 anos, e uma no estado de Zulia, no noroeste do país, que tem o pior foco do país. Ainda segundo Maduro, 317 pessoas foram infectadas nas últimas 24 horas, elevando o total de casos no país vizinho para 8.010.
A organização não governamental (ONG) de defesa aos direitos humanos Human Rights Watch acusa o governo de Maduro de omitir a situação real da enfermidade no país. Em maio, a Academia Venezuelana de Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais, disse, em relatório, que os números oficiais de casos e mortes pareciam “incoerentes” com a epidemia de Covid-19 e que o país poderia registrar até 4.000 casos diários em junho.
A Venezuela decidiu flexibilizar sua quarentena no dia 1º de junho. Após a reabertura, o número de notificações de venezuelanos infectados ou mortos mais que dobrou e o país decidiu apertar o cerco contra o vírus novamente.
Desde 22 de junho, o comércio segue fechado e o acesso ao sistema ferroviário e às principais estradas de dez estados do país seguem fechados. Com isso, apenas os trabalhadores dos setores considerados essenciais para o país podem circular pelas ruas da capital do país e de regiões fronteiriças.
(Com EFE)