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Macron faz reunião de emergência para tratar de protestos em Paris

Presidente francês enfrenta a pior crise de seu governo após manifestações dos "coletes amarelos" ter provocado onda de violência na capital

Por AFP Atualizado em 30 jul 2020, 20h01 - Publicado em 2 dez 2018, 10h47
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  • O presidente francês, Emmanuel Macron, vai presidir uma reunião de crise neste domingo (2) para tratar do caos que se espalhou por Paris no sábado (1) durante os protestos de manifestantes conhecidos como “coletes amarelos”.

    Macron se reunirá com o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, o ministro do Interior, Christophe Castaner, e “autoridades competentes” para tentar encontrar uma resposta para um movimento que parece fora de controle.

    Antes disso, o presidente visitou o Arco do Triunfo, famoso monumento parisiense que sofreu danos no sábado.

    Esta é a pior crise enfrentada pelo governo Macron. A violência de sábado deixou 133 feridos, incluindo 23 membros da força policial. Um balanço oficial indica que 378 pessoas foram presas. A escalada dos protestos, inédita em Paris nas últimas décadas, levou Edouard Philippe a cancelar sua viagem à Polônia para a cúpula climática da COP24.

    O Senado francês também anunciou que convocou para terça (4) os dois ministros da segurança para “explicações sobre os meios estabelecidos pelo ministério do Interior”. Veículos foram queimados pelos manifestantes e lojas foram saqueadas durante o protesto.

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    Macron acusou manifestantes violentos de quererem apenas o “caos”. Seu ministro do Interior não descartou a possibilidade de estabelecer estado de emergência para evitar um novo surto de violência no próximo final de semana.

    Segundo o presidente, os distúrbios “nada têm a ver com a expressão do descontentamento legítimo” dos “coletes amarelos”, um movimento social de franceses modestos que inicialmente se opunha ao aumento do preço dos combustíveis, mas que depois se expandiu para a desigualdade do poder de compra e que agora acusa o governo Macron de tratá-los com desprezo e intransigência.

    Após a violência de sábado, dia também marcado por manifestações e confrontos nas províncias, algumas vozes do poder sugeriram que haverá mudanças na ação governamental. “Pecamos por estarmos muito distantes da realidade dos franceses”, declarou o novo líder do partido governista LREM (A República em Marcha), Stephane Guerini.

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    Sábado à noite, o ministro Castaner reconheceu que o governo “se ateve a discutir a necessidade de abandonar o petróleo”, já que a explosão da ira popular foi devido a um projeto de imposto sobre o combustível destinado a financiar a transição ecológica.

    Mas a oposição e parte dos “coletes amarelos”, movimento sem estrutura nem líder claro, reclamam um forte gesto ao governo, começando com uma moratória ou um congelamento no aumento dos impostos sobre os combustíveis.

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    À direita, o presidente do partido Republicanos, Laurent Wauquiez, reiterou o apelo à organização de um referendo sobre a política ecológica e fiscal de Macron. Marine Le Pen, da extrema direita, pediu para ser recebida por Macron com os outros líderes dos partidos políticos da oposição.

    À esquerda, o líder dos socialistas, Olivier Faure, exigiu medidas voltadas para equilibrar poder de compra entre os franceses. Jean-Luc Mélenchon, líder da esquerda radical, pediu o restabelecimento do imposto sobre as grandes fortunas, enquanto aplaudiu “a insurreição cidadã” que “faz tremer o mundo do dinheiro”.

    Diante das reivindicações, o governo anunciou medidas de auxílio (verificações de energia, bônus de conversão), mas descartou qualquer mudança de direção. Neste domingo, seu porta-voz, Benjamin Griveaux, reiterou essa posição, “porque o curso é o certo”.

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    Diante da dificuldade de canalizar para uma estrutura de negociação um movimento popular nascido fora de qualquer estrutura, Griveaux lembrou a disposição do governo em dialogar, assegurando que o Executivo está “pronto” para discutir com representantes de “coletes amarelos”.

    (Com France-Presse)

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