O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quarta-feira, 22, que o projeto de lei para remodelar o sistema previdenciário, que ele aprovou sem votação no parlamento na semana passada, precisa ser implementado até o “final do ano”.
Macron, que pronunciou pela primeira vez desde a aprovação da reforma em um discurso televisionado nesta terça-feira, disse que a proposta para aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos “continuará seu caminho democrático”.
O Conselho Constitucional precisa rever o plano nas próximas semanas, e ele só pode ser transformado em lei após a aprovação do órgão.
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Na semana passada, o presidente francês usou uma manobra constitucional – a cláusula 49:3 da Carta Magna – para avançar com a reforma sem o aval dos deputados, pois temia não ter votos suficientes na Assembleia Nacional. A medida provocou uma nova onda de protestos em todo o país, alguns terminando em violência.
A estratégia também foi mal recebida no parlamento, mas seu governo sobreviveu a duas moções de censura na segunda-feira 21, emitidas pela oposição com objetivo de parar a reforma.
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Macron disse repetidamente que estava convencido de que o sistema de aposentadoria precisava ser modificado para que não quebrasse.
“Essa reforma não é um luxo, não é uma diversão, é uma necessidade do país”, afirmou, dizendo que “condena” os protestos violentos e confrontos com a polícia. Ele insistiu ainda que “respeita” os sindicatos e manifestações que discordam do plano de aposentadoria.
Em Marselha, estivadores bloquearam o acesso ao porto comercial da cidade – o maior da França – nesta quarta-feira, impedindo a entrada de caminhões e carros. Na capital, Paris, o lixo continua se acumulando, enquanto o setor do saneamento entra em seu 17º dia de greve. Autoridades precisaram emitir uma ordem exigindo que lixeiros garantam um “serviço mínimo”, por motivos de saúde.
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Além disso, a produção e distribuição de petróleo foram parcialmente interrompidas devido a greves em várias refinarias no oeste e sul da França. Os postos de gasolina da região sudeste do país são os mais afetados pela escassez.
Diversos sindicatos marcaram novos protestos e greves em todo o país para esta quinta-feira, 23, exigindo que o governo desista totalmente da reforma previdenciária. Espera-se que trens regionais e de alta velocidade, o metrô de Paris e outros transportes públicos nas principais cidades da França sejam interrompidos.