Lula se alinha com premiê japonês para pressionar reforma na ONU
Atualmente, o comitê é composto por 15 membros, sendo 5 deles fixos e com direito a veto: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos
Em telefonema, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discutiu nesta quinta-feira, 7, com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, o desejo mútuo de reformar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
Atualmente, o comitê é composto por 15 membros, sendo 5 deles fixos e com direito a veto: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Neste ano, Brasil e Japão passam a ter um assento não-permanente por rotatividade, que dura dois anos.
Criado em 1945, no pós-Segunda Guerra, o Conselho de Segurança sofreu poucas alterações na sua política interna, como o aumento de seis para dez assentos não-permanentes há 58 anos.
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Em setembro do ano passado, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, o Itamaraty apoiou a reforma do órgão e relatou que “regiões como a África e a América Latina seguem excluídas da participação permanente nesse centro decisório”.
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Em um telefonema de 25 minutos, os líderes trataram também sobre assuntos como o conflito na Ucrânia e a situação na Ásia Oriental, passando por China e Coreia do Norte. O premiê japonês aproveitou para parabenizar Lula pela posse e disse estar ansioso para discutir questões da comunidade internacional com o presidente brasileiro na reunião da cúpula do G7, em Hiroshima, prevista para 19 a 21 de maio. É a primeira vez que o país é convidado para o encontro desde 2008.
Além do Japão, a Alemanha, o Canadá, os Estados Unidos, a França, a Itália e o Reino Unido integram o grupo dos sete países mais industrializados do mundo. Ao indicar a vasta experiência de Lula, que cumpre o seu terceiro mandato, Kishida afirmou que o petista terá um papel ativo na cúpula.
O presidente brasileiro, por sua vez, agradeceu pelo convite e expressou o seu desejo de ampliar as relações comerciais, políticas e culturais entre os países. Ele declarou, ainda, o seu respeito pela comunidades Nikkei e japonesa.
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Fundamental para o Itamaraty, o convite para o G7 é considerado um passo importante para restabelecer o Brasil como potência da política externa. O petista também foi requisitado pelo xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan, antigo aliado de Bolsonaro, para uma visita à Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, em 15 de abril.
Além disso, o retorno do Brasil à União das Nações Sul-Americanas (Unasul), divulgado nesta sexta-feira, 7, acompanha a agenda do presidente em retomar importantes alianças internacionais. Fundada em 2008, no segundo governo Lula, a Unasul é composta pelos governos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.