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Lula dá destaque a governança multilateral em busca de protagonismo

Discurso do presidente na Assembleia Geral da ONU pinta um mundo que não é regido só pelos EUA, diz especialista a VEJA

Por Amanda Péchy
19 set 2023, 12h56
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  • NEW YORK, NEW YORK - SEPTEMBER 19: President Luiz Inácio Lula da Silva of Brazil addresses the 78th session of the United Nations General Assembly (UNGA) at U.N. headquarters on September 19, 2023 in New York City. World heads of state and representatives of government will attend amidst multiple global crises such as Russia's illegal war against Ukraine, and the climate emergency. Adam Gray/Getty Images/AFP (Photo by Adam Gray / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. 19/09/2023 - (Adam Gray/AFP)

    Ao abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas, como sempre faz o chefe de Estado brasileiro, o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou por todos os principais temas de relações internacionais e de geopolítica – desigualdade, desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas, imigração e guerra na Ucrânia (embora este último tenha aparecido en passant) –, mas o principal mote de sua fala foi o multilateralismo.

    Mais uma vez, com o mote de que o Brasil está de volta ao cenário internacional, o petista criticou o atual sistema de governança, que permite, na sua visão, que o lado desenvolvido do planeta afaste das grandes decisões o chamado Sul Global. Segundo ele, os países ricos estão cada vez mais protecionistas, prejudicando o desenvolvimento igualitário do mundo. No discurso, o petista também lançou críticas ao neoliberalismo e a movimentos de extrema direita.

    “Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta. Nosso país está de volta para dar sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios globais. Resgatamos o universalismo de nossa política externa, marcada pelo diálogo com todos”, afirmou o líder brasileiro.

    O discurso foi extremamente multilateralista, avaliou Roberto Uebel, especialista em geopolítica da ESPM, a principal pauta de política externa do governo Lula.

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    “Sua fala entende que hoje existe mais de uma potência. Não são só os Estados Unidos, mas China, Rússia e muitos outros players. Ele citou o G20, G-77, os Brics, a Organização Mundial do Comércio, que todo mundo parece ter esquecido”, disse Uebel a VEJA. “Ao destacar uma governança global multipolar, dá também importância ao Brasil e a si mesmo.”

    O petista também destacou a incapacidade do Conselho de Segurança da ONU em lidar com conflitos atuais, como a guerra na Ucrânia. Segundo ele, ver que persistem antigas disputas não resolvidas e que surgem ou ganham vigor novas ameaças “é perturbador”.

    “A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU”, declarou, mas sem dar demasiado destaque à questão ucraniana em especial, assemelhando-a à crise humanitária no Haiti, o conflito no Iêmen, as ameaças à unidade nacional da Líbia e os golpes em Burkina Faso, Gabão, Guiné-Conacri, Mali, Níger e Sudão.

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    Apesar de ter abordado a guerra na Ucrânia de forma “subjetiva”, explicou Uebel, e retomar demandas de seu primeiro mandato, a fala difere do Lula de vinte anos atrás.

    “O discurso é mais realista em relação às relações internacionais. Foi uma fala pragmática, ainda que com pitadas lulistas, como os destaques ao Bolsa Família, às reformas trabalhista e tributária, e as críticas ao embargo a Cuba”, afirmou o professor da ESPM.

    Foi, indiscutivelmente, uma virada de chave em relação a discursos do ex-presidente Jair Bolsonaro, que costumava ser muito mais agressivo. “Além de pragmático, realista e multilateralista, Lula se apresentou como aberto ao diálogo, diferente do antecessor”, analisa Uebel.

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