Liga Árabe vai enviar mais 35 observadores para a Síria
Bloco promete elevar o número de monitores no país de 165 para 200 até sexta
A Liga Árabe anunciou nesta segunda-feira que, até o final da semana, vai elevar para 200 o número de observadores na Síria. Atualmente, estão no país 165 monitores do bloco, que verificam se o governo local cumpre o acordo acertado com a entidade para pôr fim aos confrontos entre as forças do ditador Bashar Assad e os manifestantes pró-democracia. A informação foi divulgada no Cairo, Egito, por Adnan al Khodeir, chefe da operação na Síria.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 5.000 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.
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De acordo com Al Khodeir, o reforço permitirá aos observadores visitar mais regiões. A intenção é observar áreas em Aleppo – a segunda maior cidade síria – e em localidades como Dayr az-Zawr, no leste do país, e Qameshi, no nordeste. A missão prossegue até o dia 19 de janeiro, data em que um novo relatório sobre a situação na Síria será entregue ao grupo de contato da Liga Árabe.
“Os países árabes têm a capacidade e a habilidade necessárias para fazer com que a missão seja cumprida”, afirmou o diretor dos observadores. Segundo o grupo opositor sírio Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado na Grã-Bretanha, monitores visitaram um bairro na cidade de Homs nesta segunda-feira, enquanto ocorriam novas manifestações contra o regime de Bashar Assad.
Violência – Ao mesmo tempo, os confrontos prosseguiram nesta segunda-feira, com a morte de ao menos sete pessoas pelas forças de segurança em diferentes pontos do país, relataram Comitês de Coordenação Local, que organizam a oposição síria. Entre as vítimas estavam três soldados desertores, duas mulheres e um adolescente.
No domingo, o grupo da Liga Árabe formado para tratar sobre a situação da Síria, composto por seis países da organização, decidiu no Cairo manter a missão de observadores, após analisar o primeiro relatório elaborado por eles. Os monitores destacaram que a violência persiste no país. O grupo decidiu dar maior tempo aos observadores, que começaram seu trabalho em 22 de dezembro, e aumentar a ajuda destinada à missão.
A delegação de especialistas tem como objetivo comprovar o cumprimento, por parte de Damasco, do plano da Liga Árabe para solucionar a crise na Síria, que inclui, entre outros pontos, o fim da violência, a retirada das tropas das cidades e a libertação dos presos desde o início das revoltas, em março de 2011. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 5.000 pessoas morreram na Síria desde o início dos protestos contra o regime de Assad.
(Com agência EFE)