A Liga Árabe estuda colocar em ação um mecanismo para proteger os civis na Síria, declarou no domingo o secretário-geral da organização pan-árabe, Nabil al-Arabi, durante uma visita em Trípoli.
A Síria, por sua vez, pediu a realização de uma cúpula árabe urgente sobre a crise que o país atravessa desde março passado,
Arabi se pronunciou durante uma coletiva de imprensa junto ao chefe do Conselho de Transição Líbio, Mustafá Abdul Jalil. Nenhuma explicação sobre qual seria este mecanismo foi dada.
Ontem a Liga decidiu suspender a participação da Síria nas reuniões do grupo. O objetivo é pressionar o governo para aplicar o plano de saída da crise, que prevê o fim imediato da violência.
Arabi fez um novo apelo ao regime sírio, lembrando as medidas adotadas pela Liga em relação ao conflito na Líbia, que, segundo ele, foi “um momento histórico”.
O secretário fez alusão à decisão da Liga de suspender a participação da Líbia nos trabalhos da organização pouco tempo depois do início da revolta e da violenta repressão por parte do governo. Após essa medida, foi pedido no dia 12 de março ao Conselho de Segurança da ONU a proteção da população civil líbia.
Cinco dias após a demanda, o Conselho de Segurança adotou uma resolução que instaurou uma zona de exclusão aérea e autorizou o uso da força para proteger a população. Cerca de 48 horas mais tarde, a intervenção militar internacional foi iniciada.
Sobre o recurso na ONU, Arabi explicou que a organização pan-árabe foi obrigada a pedir proteção internacional para a população líbia, pois ela não tinha meios de se proteger sozinha.
Arabi disse “que não há nenhum mal em ir ao Conselho de Segurança, já que é única organização que pode impor” tais medidas.
Neste domingo, a Síria pediu a realização de uma cúpula árabe urgente sobre a crise no país, segundo anunciou a televisão pública síria.
“A Síria pede a realização de uma cúpula árabe urgente para resolver a crise e suas consequências negativas na conjuntura árabe”, indicou a tv.
Milhares de manifestantes se concentraram no centro de Damasco para expressar seu apoio ao presidente sírio Bashar al Assad e denunciar a decisão da Liga Árabe de excluir a Síria de sua organização.
“O povo ama Bashar al Assad”, cantavam os manifestantes reunidos na praça Sabaa Bahrat, agitando bandeiras nacionais e exibindo fotos do presidente.
A tv síria mostrou imagens de manifestações a favor de Assad também na Praça dos Omeyas de Damasco, em Aleppo (norte), Latakia (oeste) e outras cidades sírias.
Na véspera, manifestantes sírios partidários de Bashar al-Assad atacaram e saquearam a embaixada da Arábia Saudita em Damasco para protestar contra a decisão da Liga Árabe de suspender a Síria.
Por fim, Turquia decidiu neste domingo retirar da Síria as famílias de seus diplomatas e pessoal não-essencial.
Esta decisão foi tomada por razões de segurança, em seguida às manifestações na noite de sábado, quando milhares de sírios atacaram as instalações diplomáticas da Turquia no território sírio para protestar contra o apoio do governo turco à decisão da Liga Árabe de suspender a Síria da organização.